Donald Trump: “Se o Irão atacar os EUA será o seu fim”
Teerão pede “respeito” e rejeita “provocações genocidas” do presidente americano.
O presidente norte-americano Donald Trump voltou ontem à carga contra o Irão, garantindo que se o regime de Teerão ousar atacar os EUA "será o seu fim".
"Se o Irão quer guerra, será o seu fim oficial. Nunca mais voltem a ameaçar os Estados Unidos", avisou Trump no Twitter horas depois de um ‘rocket’ aparentemente disparado pelas milícias xiitas aliadas do Irão ter atingido a ‘Zona Verde’ da capital iraquiana, Bagdad, a escassas centenas de metros do edifício da embaixada americana, sem causar feridos.
Os EUA e a Arábia Saudita acusam o regime de Teerão e os seus aliados de estarem por detrás de uma série de ataques na região nas últimas semanas, incluindo o lançamento do ‘rockets’ contra instalações petrolíferas sauditas e "atos de sabotagem" contra quatro petroleiros ao largo dos Emirados Árabes Unidos.
O Irão ameaçou ainda fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa a maior parte do petróleo que abastece o Ocidente, levando os EUA a enviarem para a região o porta-aviões ‘Abraham Lincoln’ e um esquadrão de bombardeiros estratégicos B-52. A Administração Trump garantiu na semana passada que não deseja uma guerra contra o Irão mas não hesitará em defender os seus interesses na região.
A tensão entre os dois países aumentou após a retirada unilateral dos EUA do acordo nuclear com o Irão, há um ano, e a reimposição das sanções económicas. Já este mês, o regime de Teerão designou as forças norte-americanas na região como "terroristas" e anunciou que deixará de cumprir partes do acordo nuclear.
Reagindo às ameaças de Trump, o MNE iraniano Javad Zarif disse ontem que "o terrorismo económico e as provocações genocidas não conseguirão acabar com o Irão". "Nunca ameacem um iraniano. Tentem o respeito - funciona!", escreveu no Twitter.
PORMENORES
Enriquecimento de urânio
O regime iraniano anunciou ontem ter "quadruplicado" o ritmo de enriquecimento de urânio no complexo nuclear de Natanz como resposta às sanções norte-americanas. Ao abrigo do acordo nuclear de 2015, Teerão não pode acumular mais de 300 quilos de urânio enriquecido.
Cimeira regional em Meca
A Arábia Saudita convidou os países da região para uma cimeira de urgência em Meca no próximo dia 30 para discutir "as implicações dos ataques iranianos" contra as suas instalações petrolíferas e quatro petroleiros no Golfo de Omã.
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