Emmanuel Macron destaca talento da atriz Claudia Cardinale
Presidente francês realçou o facto de a atriz ter escolhido Paris "como a sua pátria".
O Presidente francês, Emmanuel Macron, prestou esta quarta-feira homenagem a Claudia Cardinale, que morreu na terça-feira, destacando o seu "talento" e o facto de a atriz ter escolhido Paris "como a sua pátria".
"Nós, franceses, sempre a levaremos no nosso coração pela eternidade do cinema", afirmou Emmanuel Macron, na rede social X.
"Claudia Cardinale personificou uma liberdade, uma visão, um talento que tanto contribuiu para as obras dos maiores, de Roma a Hollywood, e Paris, que escolheu como a sua pátria", disse o Presidente francês.
A atriz, que entrou no filme do realizador português Manoel de Oliveira, "O Gebo e a Sombra", subjugou Visconti e Fellini, encantou os atores Alain Delon, Jean-Paul Belmondo e Marcelo Mastroianni.
A encarnação da beleza italiana, Claudia Cardinale iluminou com o seu desempenho mais de 150 filmes, incluindo obras-primas como "O Leopardo" e "Oito e Meio".
Selvagem e maria-rapaz na sua juventude, esta italiana da Tunísia, naturalizada francesa, tornou-se sem querer, após vencer um concurso de beleza aos 17 anos, uma estrela de cinema internacional, premiada com um Leão de Ouro em Veneza, em 1993, e um Urso de Ouro em Berlim, em 2002.
A atriz atuou no melhor do renascimento do cinema italiano, brilhou em Hollywood, em França e até na Alemanha, com o cineasta Werner Herzog.
Nascida em La Goulette, perto de Tunes, a 15 de abril de 1938, filha de uma francesa e de um siciliano, Claude Joséphine Rose Cardinale falava francês, árabe e siciliano, tendo começado a a sua carreira no cinema italiano.
O napolitano Pasquale Squitieri, seu companheiro durante quase 30 anos, seu "único amor" e pai da sua filha Claudia, realizou com a atriz dez filmes entre 1974 e 2011.
Numa entrevista de 2012 à agência Lusa, quando esteve na Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012 para a pré-estreia do filme "O Gebo e a Sombra", Claudia Cardinale disse que queria trabalhar até morrer, sem olhar para trás.
"Não sou uma mulher nostálgica. Penso que se uma coisa não foi feita é porque o destino assim quis. Mas tenho sorte em continuar a trabalhar. Faço quatro filmes por ano", concluiu.
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