Empresários moçambicanos pedem mais fiscalização para travar acidentes rodoviárias
Pelo menos 87 pessoas morreram em agosto, em Moçambique, vítimas de 48 acidentes de viação, avançou esta semana o ministro do Interior.
Os empresários moçambicanos pediram esta quinta-feira o reforço na fiscalização e disciplina rodoviária, incluindo a regularização das escolas de condução, para travar as mortes nas estradas, que já somam 575 este ano, considerando que fragilizam a confiança dos investidores.
"Algumas propostas-chave incluem reforço da fiscalização e disciplina rodoviária, ou maior presença da Polícia de Trânsito, recursos a radares, câmaras e sistemas digitais de monitorização e melhoria na formação de condutores através de maior regulação das escolas de condução", detalhou o vice-presidente do pelouro de Transportes, Logística e Mobilidade da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, Rodrigues Washington, na abertura, em Maputo, de uma reunião sobre segurança rodoviária.
O representante apontou ainda que a CTA defende, entre as propostas para reduzir o número de acidentes, os programas obrigatórios de reciclagem dos condutores, reabilitação e modernização das infraestruturas rodoviárias, incluindo estradas, passagens pedonais e sinalização.
Pelo menos 87 pessoas morreram em agosto, em Moçambique, vítimas de 48 acidentes de viação, avançou esta semana o ministro do Interior, admitindo preocupação face à elevada sinistralidade rodoviária e pedindo maior responsabilidade dos agentes de trânsito na fiscalização.
A Lusa noticiou anteriormente que pelo menos 575 pessoas morreram em acidentes de viação entre janeiro e agosto em Moçambique, um aumento em 14% comparado ao mesmo período de 2024, segundo dados Governo moçambicano, que admitiu "desafios críticos" na segurança rodoviária.
Moçambique contabilizou 430 acidentes até agosto, mais 20 face ao mesmo período do ano passado, alguns dos quais de elevada violência, o que para os empresários fragiliza a confiança dos investidores no país.
"A segurança rodoviária não é apenas uma questão de trânsito, é uma questão de desenvolvimento. Cada acidente significa perda de produtividade, fragilização da confiança dos investidores, pressão acrescida sobre os serviços de saúde e um retrocesso no caminho para a prosperidade", referiu Rodrigues Washington.
"Não falamos apenas de números, falamos de pais, mães, filhos, netos, avós, que todos os dias perdem a vida ou ficam incapacitados. Falamos de famílias mergulhadas em luto, de empresas que perdem colaboradores, de ativos destruídos e de custos elevadíssimos para o Estado moçambicano e para a sociedade no geral", acrescentou o representante dos empresários neste encontro.
A CTA pediu uma abordagem multissetorial para lidar com o problema, envolvendo o Estado, setor privado, sociedade civil e parceiros de cooperação para travar acidentes nas estradas.
Os índices de acidentes rodoviários em Moçambique são classificados como dramáticos, com as autoridades a apontarem o excesso de velocidade e a condução sob efeito de álcool como as principais causas.
Em 15 de abril último, o Governo moçambicano aprovou um Plano de Ação de Segurança Rodoviária, que prevê uma série de ações para reduzir o número de acidentes de viação, incluindo o reforço das fiscalizações, alterações à legislação e intervenções em pontos considerados críticos, bem como a sensibilização das comunidades.
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