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Ferroviária moçambicana com prejuízos de 1,6 milhões de euros por roubo e vandalismo no sul

Diretor de operações ferroviárias adiantou que só este ano, foram roubados equipamentos e vandalizados aparelhos da linha férrea.

18 de setembro de 2025 às 13:29

A rede ferroviária sul da estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) somou este ano prejuízos de dois milhões de dólares (1,6 milhões de euros) com roubos e vandalizações de infraestruturas, foi anunciado esta quinta-feira.

Em declarações aos jornalistas à margem do Fórum de Prevenção e Combate à Vandalização de Infraestruturas Públicas, Arnaldo Manjate, diretor de operações ferroviárias dos CFM-Sul, adiantou que só este ano, foram roubados equipamentos e vandalizados aparelhos da linha férrea, incluindo de mudança de via, que custaram à empresa cerca de cinco milhões de meticais (cerca de 66 mil euros), incluindo devido ao arremesso de pedras contra as locomotivas.

"Estamos a olhar só para o material retirado, mas o valor que acabamos gastando por conta das paralisações de comboios, por conta também dos descarrilamentos causados por esta situação, podemos chegar a cerca de dois milhões de dólares americanos", disse Arnaldo Manjate.

Segundo o responsável, a região sul dos CFM tem sofrido também com roubos de carris e travessas metálicas, entre outras peças, ao longo das linhas férreas, materiais que são depois vendidos a sucateiras, conforme informação avançada pela empresa.

"Nós temos estado a sofrer bastante nas nossas linhas férreas, porque há muito roubo, principalmente dos elementos de fixação para a venda na sucata e isso tem impacto negativo, porque logo de seguida decorrem situações de descarrilamento de comboios, somos obrigados a fazer a reposição das infraestruturas nos pontos onde os comboios descarrilam", disse o diretor de operações ferroviárias dos CFM-Sul.

A rede ferroviária moçambicana divide-se em três zonas, sul, centro e norte, não conectadas diretamente, mas que por sua vez ligam a vários países vizinhos, como África do Sul, Essuatíni e Zimbabué.

Em 2024, os comboios do CFM transportaram 6.815.251 passageiros, no sistema centro e sul, quase meio milhão a mais do que o previsto pela empresa, segundo dados oficiais, e 3% acima do registo de 2023, noticiou antes a Lusa.

O Governo moçambicano avançou no final de abril que pretende investir quase 190 milhões de euros até 2030 na duplicação de linhas ferroviárias, aquisição de carruagens, locomotivas e vagões para reforçar a capacidade de transporte de passageiros e de mercadorias.

O executivo adiantou que quer investir o dinheiro na conclusão da duplicação dos restantes 25 quilómetros da linha férrea Ressano Garcia em Maputo, que liga Moçambique e África do Sul, e também na aquisição de mais de 30 carruagens cujo objetivo é reforçar a capacidade de transporte de passageiros.

Pelo mesmo valor, o Governo de Moçambique pretende adquirir até 2030 250 vagões para responder à crescente procura de transporte de minerais e a compra de, pelo menos, 15 locomotivas de linha.

Os resultados operacionais da estatal do CFM subiram 55% em 2024, para quase 2,52 mil milhões de meticais (34,7 milhões de euros), e foram transportados mais de sete milhões de passageiros, anunciou recentemente a administração.

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