Encontro na Casa Branca abre o caminho para a paz na Ucrânia

Muitos sorrisos, muitos elogios mútuos e um tom cordial e afável marcaram esta segunda-feira a importante reunião entre Donald Trump, Volodymyr Zelensky e os principais aliados europeus da Ucrânia na Casa Branca, alimentando a esperança de que a paz pode estar, finalmente, a caminho do país devastado por três anos e meio de guerra.

“Tivemos uma conversa muito boa, talvez a melhor de sempre”, disse Zelensky no final de um encontro de cerca de uma hora a sós com o Presidente norte-americano, a quem agradeceu profusamente o empenho na procura da paz. O encontro a dois antecedeu uma reunião com os restantes líderes presentes numa cimeira sem precedentes na Casa Branca para discutir os detalhes das garantias de segurança que visam assegurar que a Rússia não voltará a atacar a Ucrânia no futuro. Serão garantias “equivalentes ao Artigo 5 da NATO”, como sublinharam Zelensky e vários líderes europeus presentes, o que implica que um novo ataque russo à Ucrânia levará os signatários a envolverem-se ativamente na sua defesa. “Vamos discutir quem vai fazer o quê. Os EUA vão ajudar”, afirmou Trump, assegurando que Vladimir Putin está disposto a aceitar aquilo que for decidido. Não confirmou, no entanto, se essa ajuda envolve a participação de militares americanos numa eventual força de manutenção de paz. “Vamos discutir isso a seguir”, limitou-se a dizer.

As questões territoriais, incluindo “possíveis trocas de território”, serão negociadas diretamente entre Zelensky e Putin num futuro encontro a três com o Presidente dos EUA, que foi descrito como crucial por todos os intervenientes. Sobre a realização dessa cimeira trilateral, Trump garantiu que “é uma questão de quando, e não se”, mostrando-se convencido de que Putin está tão interessado em acabar com a guerra como Zelensky. “Temos duas partes que querem fazer um acordo, e isso é uma boa notícia”, afirmou o Presidente dos EUA, que por volta das 22h00 interrompeu as negociações para telefonar a Putin. A bola da paz volta, assim, a estar nas mãos do Presidente russo.