ERC insatisfeita com escolha de Sànchez
Puigdemont desistiu da presidência mas não deu lugar ao líder da ERC, Oriol Junqueras.
A saída do ex-presidente catalão Carles Puigdemont da corrida à recandidatura não pôs de acordo os aliados separatistas. A ERC não gostou que Puigdemont propusesse para o seu lugar Jordi Sànchez, Nº 2 do Juntos pela Catalunha (JxCat), pois a alternativa lógica seria o ex-vice-presidente Oriol Junqueras.
A ERC não se demarcou taxativamente, mas frisou que Sànchez "é a escolha do JxCat" e lembra que avançar o seu nome é fugir à ideia da "restituição do governo legítimo" demitido pela aplicação do artigo 155 por Madrid. Ou seja, se o presidente decidiu afastar-se quem deveria substituí-lo era o nº 2 do antigo governo, ou seja, Oriol Junqueras, que atualmente está detido, tal como Sànchez, por delitos relacionados com o referendo ilegal de 1 de outubro de 2017.
Puigdemont respondeu à ERC dizendo que Junqueras só seria a escolha lógica se o JxCat e a ERC estivessem unidos, como no anterior parlamento. "Agora há dois grupos parlamentares e não um", frisou.
Apesar destes diferendos, os separatistas afirmam-se empenhados em conseguir um acordo, mas o governo espanhol mantém a ameaça de impedir a investidura de um presidente que não consiga tomar posse presencialmente.
Madrid investiga fundos em Bruxelas
O governo espanhol está a investigar como é paga a estadia de Carles Puigdemont em Bruxelas, para avaliar se há desvio de fundos públicos para esse efeito. O porta-voz do governo, Íñigo Méndez de Vigo, frisou ainda que o executivo não admite estruturas "de poder paralelas" em Bruxelas, pois as estruturas de poder da Catalunha "são somente as que estabelecem a Constituição e o Estatuto de Autonomia". Não haverá, por isso "um euro do erário público" a financiar Puigdemont.
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