Eslováquia retira veto ao novo pacote de sanções contra a Rússia

Fico afirmou que "passaram a primeira fase da batalha", uma vez que Bratislava tem agora "um compromisso escrito" de Bruxelas.

18 de julho de 2025 às 00:08
Robert Fico Foto: Direitos Reservados
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A Eslováquia retirou o seu veto às novas sanções contra a Rússia, depois de ter condicionado a aprovação do 18.º pacote à resolução dos alegados riscos económicos da proibição de compra de combustível russo a partir de 2028.

"Exorto os nossos representantes na União Europeia a emitirem amanhã [sexta-feira] o 18.º pacote de sanções. Imediatamente a seguir, começa a segunda fase da nossa luta com a Comissão Europeia sobre a questão do gás russo. Temos um plano claro para satisfazer os nossos interesses nacionais", apontou o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, nas redes sociais.

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Fico afirmou que "passaram a primeira fase da batalha", uma vez que Bratislava tem agora "um compromisso escrito" de Bruxelas, assinado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e aprovado por todos os Estados-membros.

"Revimos e confirmámos o conteúdo e a forma de cumprimento destas garantias, que se referem ao preço do gás e à sua potencial escassez", explicou.

"Neste momento, seria contraproducente continuar a bloquear o 18.º pacote de sanções amanhã. Por enquanto, todas as opções foram esgotadas, e manter a nossa posição de bloqueio já colocaria em risco os nossos interesses", acrescentou o populista, durante o seu discurso.

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A recusa da Eslováquia tinha paralisado a aprovação do novo pacote de sanções contra a Rússia, acordado há semanas, mas que precisa da unanimidade necessária.

Os restantes Estados-membros insistiram em adotar o novo pacote, assinalando o novo tom da Casa Branca em relação ao Kremlin, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado Moscovo com tarifas secundárias caso o país não concordasse com um cessar-fogo no prazo de 50 dias.

A Eslováquia tinha ameaçado continuar a bloquear novas sanções à Rússia, caso não tivesse garantias sobre o impacto do veto às importações de gás na sua economia.

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Bratislava também é muito sensível, segundo o populista Robert Fico, ao aumento previsível das taxas de trânsito, uma vez que agora o gás chegaria à Eslováquia pelo oeste, pelo que temem que essas taxas dupliquem ou tripliquem.

Fico tinha criticado a medida comunitária de vetar as compras à Rússia, que classificou de "decisão ideológica", e rejeitou que as famílias e as empresas do seu país tenham de pagar mais por essa decisão.

A Eslováquia é, juntamente com a Hungria, o único país da União Europeia que não apoia militarmente a Ucrânia na defesa contra a agressão russa.

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Fico foi também o único chefe de governo da União Europeia que participou em maio passado, em Moscovo, nas comemorações da vitória soviética sobre os nazis na Segunda Guerra Mundial.

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