Estudante que chamou "escravo" a colega negro condenado a pagar indemnização de mais de 20 mil euros
Mensagem enviada por Gustavo Metropolo para um grupo de WhatsApp levou justiça brasileira a atuar.
A justiça brasileira condenou um ex-estudante que se referiu a um aluno negro como "escravo" ao pagamento de uma indemnização de cerca de 120 mil reais (aproximadamente 21 mil euros).
O caso remonta a março de 2018, quando Gustavo Metropolo partilhou uma fotografia de João Gilberto Lima num grupo de WhatsApp, com a descrição: "Achei um escravo aqui no fumódromo! Quem for o dono que me avise".
Tanto a vítima como o acusado estudavam na Fundação Getúlio Vargas, uma instituição de ensino de referência no Brasil, à data dos factos. Aquando da situação, Gustavo disse que lhe tinham roubado o telemóvel e negou a autoria do crime.
De acordo com documentos reunidos pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) e divulgados pela imprensa brasileira, além das condenações criminal e cível, Gustavo Metropolo foi condenado, na esfera administrativa, a indemnizar o estado.
O advogado diretor-executivo do Ceert, Daniel Bento Teixeira, disse que as condenações "têm um caráter pedagógico em função de acontecerem num estabelecimento de ensino".
João Gilberto Lima, que concluiu o curso de Administração Pública, e hoje trabalha como coordenador de Projetos, comemorou o desfecho judicial do caso e acredita que isto encorajará vítimas de racismo a denunciarem os seus casos.
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