EUA e aliados admitem escoltar petroleiros no Médio Oriente

Washington procura consenso internacional para garantir liberdade de navegação na região do Golfo Pérsico.

17 de junho de 2019 às 08:30
Ataques contra dois petroleiros no Golfo de Omã, na semana passada, fizeram soar os alarmes Foto: EPA/Stringer
Bandeira EUA Foto: Direitos Reservados
Bandeira EUA Foto: Direitos Reservados

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Os EUA e os aliados estão a discutir a possibilidade de providenciar escoltas militares aos petroleiros em trânsito na região do Golfo Pérsico para evitar novos ataques como os que na passada quinta-feira atingiram duas embarcações junto ao Estreito de Ormuz e que foram atribuídos por Washington ao Irão.

Nos últimos dias, a Administração Trump tem estado em contacto com os aliados na região e na Europa em busca de um "consenso internacional", não só para culpar Teerão pelos ataques, mas também para encontrar uma resposta comum capaz de garantir a segurança da navegação na importante via marítima, por onde passa mais de 30% do petróleo transportado por via marítima no Mundo.

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Uma das medidas que estão em cima da mesa é a possibilidade de organizar escoltas militares para os petroleiros em trânsito na região, numa tentativa de dissuadir novos ataques, que Washington acredita que vão acontecer se nada for feito.

Os EUA e a Arábia Saudita responsabilizaram diretamente o Irão pelos ataques, com o Pentágono a revelar um vídeo que, alegadamente, mostra militares iranianos a retirar uma bomba-lapa que não explodiu do casco de um dos navios atingidos, numa tentativa de eliminar provas.

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O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, garantiu ontem que os EUA não pretendem um conflito com o Irão, mas farão tudo ao seu alcance para garantir a segurança na região.

"O presidente Trump tem feito tudo para evitar uma guerra. Os EUA não querem uma guerra com o Irão, mas farão o que for necessário, pela via diplomática e não só, para garantir a liberdade de navegação", frisou Pompeo. Também a Arábia Saudita, principal rival regional do Irão, diz que não pretende uma guerra, mas garante que "não hesitará em enfrentar qualquer ameaça".

SAIBA MAIS

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33 km

é a largura mínima do Estreito de Ormuz, que separa o Golfo Pérsico do Golfo de Omã. Por esta estreita e importante via marítima passa um terço do petróleo mundial - cerca de 17,3 milhões de barris por dia. O Irão ameaçou várias vezes bloquear o Estreito ao longo dos anos.

Convenção da ONU

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O trânsito marítimo no Estreito é regulado por uma convenção da ONU assinada em 1982, que nem os EUA nem o Irão ratificaram. A circulação é feita em dois canais separados por uma distância de três quilómetros.

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