EUA exigiram a países aliados apoio a Guaidó

Washington pressionou Portugal e Espanha para não se empenharem na via do diálogo com o regime de Nicolás Maduro.

02 de fevereiro de 2019 às 01:30
Juan Gaidó é opositor a Nicolas Maduro na Venezuela Foto: EPA
Juan Guaidó liderou manifestação em Caracas. Opositor declarou-se Presidente interino há uma semana e conta com o apoio dos EUA e vários países vizinhos Foto: Reuters
Guaidó alega ser o presidente interino legítimo à luz da Constituição até haver eleições livres Foto: Miguel Gutierrez/EPA
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Juan Guaidó, de 35 anos, assumiu no sábado a presidência do parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria. Foto: Reuters

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Os EUA sabiam que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó ia proclamar-se presidente e pressionaram Espanha e outros aliados ainda antes do dia 23, quando o presidente do parlamento reclamou a chefia do Estado invocando a Constituição.

A revelação surge um dia depois de o Parlamento Europeu ter seguido os EUA e reconhecido Guaidó como "presidente legítimo".

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No dia 22, a subsecretária norte-americana para o Hemisfério Ocidental, Kimberley Breier, recebeu Juan Pablo Laiglesia, secretário espanhol para a Cooperação Ibero-Americana, e alertou-o para "acontecimentos importantes" na Venezuela.

Segundo o ‘El País’, no dia seguinte a embaixada dos EUA em Madrid alertou: "É provável que Guaidó se proclame presidente e nós vamos reconhecê-lo." Horas depois, a proclamação concretizou-se e, menos de 15 minutos volvidos, o presidente Donald Trump reconheceu Guaidó e chamou usurpador a Nicolás Maduro.

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Quando o MNE espanhol, Josep Borrell, soube do facto estava reunido em Madrid com o homólogo português, Augusto Santos Silva.

Borrell admitiu "grandes pressões" para que Espanha e Portugal não se empenhem em ativar um grupo da UE para restaurar o diálogo entre a oposição e Maduro, porque, como admitiu, para os EUA já só importa a deposição de Maduro.

Jornalistas portugueses detidos em Caracas

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Uma equipa de jornalistas de uma TV portuguesa foi detida durante algumas horas na Venezuela. De acordo com Augusto Santos Silva, MNE português, a equipa "terá entrado na Venezuela sem visto".

O incidente com os portugueses foi apenas um entre muitos. Pelo menos dez jornalistas estrangeiros, entre eles franceses e espanhóis, terão sido detidos nas últimas semanas e alguns foram expulsos.

A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, exigiu respeito pela liberdade de informação.

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