EUA insinuam uso de força militar contra o Brasil se Bolsonaro for condenado
Bolsonaro está a ser julgado por tentativa de golpe de Estado.
Os Estados Unidos não afastam a possibilidade do uso da força militar contra o Brasil caso o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro seja condenado a uma pesada pena no julgamento que está a decorrer em Brasília e termina na próxima sexta-feira no âmbito do processo por tentativa de golpe de Estado. A afirmação foi feita esta terça-feira pela porta-voz da Casa Branca, sede da presidência norte-americana, Karoline Leavitt, em conversa com jornalistas em Washington, ao ser-lhe perguntado o que o governo de Donald Trump faria caso Bolsonaro, como tudo indica, seja condenado.
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tem medo de usar meios económicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo. A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. O presidente Trump leva isso muito a sério e, por isso, já tomamos ações contra o Brasil”, declarou Karoline, que não quis no entanto adiantar se outras medidas, principalmente a força militar, estariam a ser estudadas contra o país sul-americano.
Dois dias antes, o próprio Donald Trump já tinha dito, também em conversa com jornalistas na capital norte-americana, estar “muito, muito irritado com o Brasil”, respondendo também dessa vez a uma pergunta sobre o julgamento do aliado brasileiro. Para Trump, o julgamento de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado é uma clara e injusta perseguição política ao antigo chefe de Estado brasileiro, o que ele classificou como uma caça às bruxas.
Em retaliação ao processo contra Bolsonaro, que está em prisão domiciliária desde 4 de agosto e esta semana poderá ser condenado a até 43 anos de cadeia, Trump já aplicou tarifas de 50% sobre milhares de produtos brasileiros exportados para os EUA e sanções pessoais contra várias autoridades do Brasil, principalmente contra o juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que comanda o julgamento. Até ao momento, não havia a hipótese de uso da força militar contra o Brasil, o que aumentou ainda mais a tensão entre os dois países, alimentada por um lado por Trump e, pelo lado brasileiro, pelo cada vez mais radical Lula da Silva.
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