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Julgamento de Bolsonaro entra hoje na fase final e decisiva

Votação de culpabilidade ou inocência e do tamanho das penas para os que forem sentenciados vai prolongar-se até quinta-feira, e só na sexta, 12, deve saber-se quem vai para a cadeia e quem volta para casa.

09 de setembro de 2025 às 00:40

O julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e de outros sete arguidos, entre eles três generais e um almirante, por tentativa de golpe de Estado em 2022 entra esta terça-feira, 9, na sua fase final e mais decisiva, com os juizes do Supremo Tribunal Federal (STF) a começar a votar pela condenação ou ilibação dos oito acusados. A votação de culpabilidade ou inocência e do tamanho das penas para os que forem sentenciados vai prolongar-se até quinta-feira, e só na sexta, 12, deve saber-se quem vai para a cadeia e quem volta para casa.

O voto do relator do processo, o polémico e temido juiz Alexandre de Moraes, deve ser o mais longo e ocupar as duas sessões desta terça, tanto a da manhã quanto a da tarde. Depois votarão os juizes Flávio Dino, Carmen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, o presidente da Primeira Turma, onde o julgamento decorre não obstante os protestos dos advogados de Bolsonaro, que queriam que acontecesse no plenário do STF e que o ex-chefe de Estado fosse julgado pelos 11 juizes do tribunal e não somente por cinco.

Além de terem de decidir para cada arguido individualmente se ele é culpado ou inocente, os magistrados terão ainda de decidir, também em separado para cada acusado, quais os crimes de que foi considerado culpado e qual o tamanho da pena de cada um. Outras questões ainda serão igualmente decididas, como se será mantida válida a colaboração do ex-ajudante-de-ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e se serão mantidos todos ou apenas alguns dos benefícios inicialmente pedidos por ele em troca de ajudar a Polícia Federal com depoimentos e provas, que fundamentam boa parte das acusações feitas pela PGR, Procuradoria-Geral da República.

Jair Bolsonaro, considerado pela PGR o mentor e líder da tentativa de golpe para se manter no poder após ter sido derrotado nas presidenciais de 2022, quando concorreu à reeleição, deve ter a maior pena entre os oito arguidos. Somadas, as penas pelos cinco crimes de que é acusado podem chegar a 43 anos, mas os advogados, que já assumiram publicamente não ter qualquer esperança de absolvição, vão tentar desqualificar pelo menos um ou dois dos crimes, na tentativa de uma pena menor.

Também vão avançar com o delicado quadro de saúde do antigo governante, submetido a sete cirurgias, uma delas de mais de 12 horas, desde 2018, quando foi atacado à faca no abdomen durante um acto de rua da campanha desse ano na cidade de Juiz de Fora, e que nunca se recuperou, para tentarem que ele cumpra a pena em prisão domiciliária, como se encontra hoje preventivamente. Com 70 anos e um quadro que se agrava a cada dia de crises de soluços que o fazem vomitar mais de 10 vezes por dia, obstruções intestinais recorrentes, esofagite e pangastrite, Bolsonaro pediu ontem, segunda-feira, para deixar a prisão domiciliária em que se encontra desde 4 de Agosto para se submeter domingo no Hospital DF Star, em Brasília, à retirada de lesões na pele, a maior parte benignas, mas outras com características de poderem ser ou vir a tornar-se malignas. 

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