Ex-comandante do exército ameaçou prender Bolsonaro em caso de insistência no golpe de Estado

Depoimento do militar foi divulgado ao público nesta sexta-feira.

Jair Bolsonaro Foto: REUTERS/Adriano Machado
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O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, ameaçou dar voz de prisão a Jair Bolsonaro quando o mesmo insistiu na proposta de golpe de Estado, após a derrota nas presidenciais de 2022. O episódio foi descrito num depoimento dado em Fevereiro à Polícia Federal, pelo ex-comandante da Força Aérea, Batista Júnior, tornado público esta sexta-feira.

Segundo o oficial, numa reunião convocada por Bolsonaro com os chefes dos três ramos das Forças Armadas para insistir num plano de golpe para continuar no poder, o comandante do exército na altura disse ao ainda chefe de Estado que se insistisse numa rutura da democracia teria de lhe dar voz de prisão. Ainda de acordo com Batista Júnior, Jair Bolsonaro ficou  assustado com a ameaça de Freire Gomes.

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Bolsonaro não esconde o pavor que tem de ser preso. Quando ainda estava na presidência da República, mas já era alvo de diversas acusações que, em caso extremo, poderiam levá-lo para a prisão, Bolsonaro afirmou que jamais deixaria que o prendessem e que, se tentassem, abriria caminho à bala.

Batista Júnior que recusou participar no plano que estava a ser preparado por Bolsonaro, afirmou à Polícia Federal que o golpe, que tinha o apoio de setores extremistas e de vários oficiais de alta patente, só não se concretizou devido à firmeza da posição adoptada pelo antigo comandante do Exército.

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Em seguimento da recusa do golpe manifestada pelos comandantes do exército e da Força Aérea, o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, disse a Bolsonaro que as tropas que comandava estavam ao dispor do presidente no seu intento golpista. O governante avaliou que sem as outras duas defesas, principalmente o exército, o golpe estaria destinado ao fracasso.

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