"Forte possibilidade de explosão a bordo"

Especialista de aviação francês não descarta hipótese de ataque.

19 de maio de 2016 às 10:42
Jean Paul Troadec Foto: Benoit Tessier
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O antigor presidente do gabinete de investigação de acidentes de aviação da França, Jean-Paul Troadec  acredita que, tendo em conta o que já se sabe sobre o caso, a hipótese de uma bomba não pode ser descartada. 

Em entrevista à rádio Europe 1, Troadec diz que "há uma forte possibilidade de ter ocorrido uma explosão a bordo, por causa de uma bomba ou de um bombista suicida", admite Troadec que, no entanto, diz que "é preciso ser muito cauteloso nestes casos". 

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"A ideia de ter acontecido um problema técnico quando as condições metereológicas estavam boas pode ser uma hipótese possível, mas não muito provável. Também podemos considerar a hipótese do avião ter sido atingido por um míssil, que foi o que aconteceu com o avião da Malaysia Airlines em 2014", diz. 

Para corroborar as hipóteses, Troadec relembra que "a tripulação não enviou um sinal de alerta", pelo que se pode adivinhar que "o que aconteceu foi muito repentino". "Um problema técnico ou com o motor não produz um acidente imediato. Neste caso, a tripulação não reagiu, o que nos faz pensar numa bomba", remata o especialista.

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Liderou investigação a acidente da Air France

Jean Paul Troadec liderou a investigação sobre o acidente do voo da Air France 447, que se despenhou a meio do Atlântico, matando as 228 pessoas a bordo. O avião Airbus A330 seguia do Rio de Janeiro para Paris, a 1 de junho de 2009, quando desapareceu dos radares. A investigação concluiu depois que o avião voava demasiado devagar, porque os sensores que medem a velocidade estavam entupidos com gelo. Más decisões da tripulação depois de o piloto automático se desligar precipitaram a tragédia. O acidente levou a várias mudanças nos equipamentos técnicos dos aviões comerciais.

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