Governo cabo-verdiano anuncia investigação técnica a apagões na capital

Setor da água é um grande consumidor de energia, porque depende do fornecimento de eletricidade para a dessalinização e bombagem.

26 de setembro de 2025 às 15:35
Bandeira de Cabo Verde Foto: Tiago Sousa Dias/Correio da Manhã
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O Governo cabo-verdiano anunciou esta sexta-feira uma investigação técnica às avarias sucessivas que, desde o início do mês, têm provocado apagões diários prolongados, na capital, Praia, e pediu desculpas pelo que está a acontecer.

"O Governo solicitou uma investigação técnica, cujo relatório será analisado com seriedade e medidas serão tomadas", referiu, hoje, o ministro da Energia, Alexandre Monteiro, numa conferência de imprensa, na Praia.

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A investigação poderá estar concluída durante o mês de outubro e o resultado será divulgado publicamente, num trabalho que contará com a participação de peritos externos, detalhou.

"Aproveito para, em nome do Governo, reiterar as sinceras desculpas pelo incómodo causado. Temos plena consciência da gravidade da situação e estamos a apoiar a empresa [de eletricidade] a recuperar, no mais curto prazo," o fornecimento contínuo, disse.

"A normalidade não foi retomada" porque têm surgido avarias sucessivas nos geradores da central elétrica da ilha de Santiago, indicou.

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"Apontou-se [a resolução] para o início desta semana, mas, mais uma vez, não foi possível, por causa de outra avaria", acrescentou, ao descrever o cenário que se vive nas empresas públicas de produção (EPEC) e distribuição (EDEC) de energia, sem conseguir definir quando vão acabar os apagões.

"Não nos comprometemos com datas porque estamos a falar de máquinas que exigem cautelas em termos de fixação de datas", informou.

Ainda assim, Alexandre Monteiro disse que, "dentro de dias, a população de Santiago começará a sentir melhorias" e afirmou acreditar que, ultrapassada a crise, o país terá um sistema elétrico mais seguro e sustentável.

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Segundo o ministro, uma das medidas para lá chegar assenta na resolução, publicada esta sexta-feira, de compensação do défice tarifário de água acumulado entre os anos de 2019 e 2025, abrangendo a Empresa de Eletricidade e Água (Electra), Águas de Santiago (AdS) e Água e Energia da Boavista (AEB).

O setor da água é um grande consumidor de energia, porque depende do fornecimento de eletricidade para a dessalinização e bombagem.

De acordo com a resolução, o Governo decidiu adotar um mecanismo de compensação financeira para recompor os equilíbrios das empresas abrangidas, "mediante a redução dos passivos existentes para com a Electra, mas também reforçar a sustentabilidade operacional desta empresa, contribuindo para a estabilidade e segurança do abastecimento de água e eletricidade no país".

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Marcos Rodrigues, presidente da Câmara de Comércio do Sotavento (CCS), principal agremiação empresarial de Cabo Verde, disse na quarta-feira à Lusa que a falta de energia na capital, desde o início do mês, está a afetar "brutalmente a economia", defendendo uma resolução urgente.

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