Greve nos transportes provoca dia de caos na cidade brasileira de São Paulo
Metro de São Paulo transporta diariamente 3,5 milhões de passageiros.
Uma greve no Metro e nos comboios que ligam os bairros da periferia e as cidades limítrofes ao centro de São Paulo provocou um gigantesco caos, esta terça-feira, na maior cidade do Brasil. A greve foi decretada pelos sindicatos dos metroviários e dos ferroviários em protesto contra articulações do governador do estado, Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro e ferrenho defensor de privatizações, para entregar à iniciativa privada tanto o Metro e a empresa responsável pelos comboios suburbanos, a CPTM, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, quanto a Sabesp, a companhia que fornece água a toda a região metropolitana.
Milhões de pessoas, só o Metro de São Paulo transporta diariamente 3,5 milhões de passageiros, enfrentaram muita dificuldade para chegar aos seus compromissos, trabalho, escola e consultas médicas, por exemplo, e boa parte nem conseguiu. Junto às estações do Metro e dos comboios de superfície, multidões aglomeraram-se ainda de madrugada na esperança de que os sindicatos desconvocassem a greve, como aconteceu em outras convocações, mas isso não se repetiu hoje e boa parte dessa legião de irritados passageiros voltou para casa desanimada ao perceber que não daria para chegar ao destino.
Toda a frota de autocarros dos transportes coletivos, que não entraram em greve, ao todo mais de 14 mil veículos, foi colocada nas ruas, mas claramente não deu conta do fluxo de passageiros, fortemente aumentado pelo não funcionamento dos outros modais de transporte. Em vários pontos da cidade chegou a haver princípio de tumulto e até brigas provocadas pela irritação de quem perdeu compromissos devido à greve, mas não há registo de algo mais grave.
O trânsito de São Paulo, já normalmente caótico, ficou ainda pior, pois milhares de pessoas que possuem automóvel mas geralmente usam os transportes coletivos nas suas deslocações esta terça-feira foram forçadas a tirar os carros da garagem, aumentando ainda mais o congestionamento. A CET, Companhia de Engenharia de Tráfego, responsável pela gestão do trânsito na cidade, registou às 8 horas da manhã 598 km de congestionamento, somando todos os percursos em que havia engarrafamento, muito acima da terça-feira da semana passada, quando, sem paralisação nos transportes, o congestionamento à mesma hora era de 302 km.
Iniciada no primeiro minuto desta terça-feira, a greve está prevista para ir pelo menos até às 24 horas. Antes desse horário, na noite desta terça, os sindicatos vão realizar novas assembleias para decidir se encerram a paralisação ou se a prolongam para quarta-feira.
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