Gronelândia e Canal do Panamá na mira de Donald Trump
Presidente americano não coloca de lado o uso da força para atingir objetivos.
A ameaça chegou ainda antes de tomar posse como 47.º Presidente do EUA. Foi a 8 de janeiro, num encontro com jornalistas, na Florida, que Trump deixou clara a intenção de assumir o controlo da Gronelândia e do Canal do Panamá, alegando questões de segurança e admitindo, até, o recurso à força. “Não posso garantir nada em relação a nenhum dos dois, mas posso dizer o seguinte: precisamos deles para a nossa segurança”, alertou.
A Gronelândia, região autónoma da Dinamarca, é a maior ilha do Mundo, com uma área de 2 166 000 km², a maior parte coberta de gelo. Localizada entre o Atlântico Norte e o oceano Ártico, conta com pouco mais de 55 mil habitantes. “É um sítio incrível e as pessoas irão beneficiar quando se tornar parte da nossa nação. É um acordo que tem de acontecer”, garante Trump. Além do ser valor estratégico, do ponto de vista militar, a perda de gelo da ilha do Ártico tem vindo a expor uma grande riqueza em minerais, petróleo e gás natural, realidade que também não terá passado despercebida à nova administração norte-americana. A Dinamarca já reagiu: “Não podemos ter uma ordem mundial em que os países, se forem suficientemente grandes, podem servir-se uns dos outros como quiserem”, advertiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Lokke Rasmussen.
Gronelândia e Canal do Panamá na mira de Donald Trump
Quanto ao Canal do Panamá, construído pelos EUA, foi inaugurado em 1914 e administrado pelo Governo norte-americano até à sua transferência total para o Estado panamiano, em 31 de dezembro de 1999. Com uma extensão de cerca de 80 quilómetros e uma largura que varia entre os 90 e os 350 metros, é considerada a maior obra de engenharia civil do século XX. “A China está a operar o canal e nós não o demos à China. Demos o canal ao Panamá e vamos recuperá-lo.” Este é o argumento que Trump quer fazer valer para que o canal regressa à administração dos EUA. O Panamá já se opôs à ideia e a China garante que nunca interferiu na gestão do canal.
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