Grupos islâmicos semeiam terror e morte em Cabo Delgado

Jihadistas atacaram várias aldeias na última semana e decapitaram dezenas de pessoas em Moçambique.

12 de novembro de 2020 às 09:33
Jihadistas controlam várias 
localidades, incluindo Mocímboa da Praia, sede de distrito Foto: direitos reservados
Jihadistas controlam várias 
localidades, incluindo Mocímboa da Praia, sede de distrito Foto: direitos reservados
Jihadistas controlam várias 
localidades em Moçambique Foto: Direitos Reservados
Jihadistas controlam várias 
localidades em Moçambique Foto: Direitos Reservados
Jihadistas controlam várias 
localidades em Moçambique Foto: Direitos Reservados
Vídeo que mostra execução de mulher indefesa correu Mundo Foto: Direitos Reservados
Imagem Bispo caixa 36958264.jpg (7779123) (Milenium) Foto: Direitos Reservados
PostScript moçambique2.eps (7779124) (Milenium)

1/8

Partilhar

Os relatos que nos últimos dias chegam da província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, são arrepiantes. Falam de aldeias incendiadas, campos de futebol transformados em campos de extermínio onde mais de 50 pessoas foram decapitadas e esquartejadas, adolescentes dos 12 aos 15 anos decapitados quando participavam num ritual de iniciação e dezenas de mulheres e raparigas sequestradas. Uma longa lista de horrores que aponta para um sério agravamento de um conflito sangrento que se desenrola há mais de três anos perante a indiferença quase total da comunidade internacional.

Os ataques são levados a cabo por grupos armados formados por militantes islâmicos que dizem pertencer ao Daesh e parecem apostados em replicar em Moçambique a barbárie a que assistimos na Síria e no Iraque. O conflito, que começou em outubro de 2017, já provocou mais de dois mil mortos e perto de meio milhão de refugiados, tendo atravessado, inclusive, as fronteiras da vizinha Tanzânia, sem que ninguém pareça ter ideia de como o travar.

Pub

Exército acusado de atrocidades

Além das selvajarias cometidas pelos jihadistas, as forças governamentais moçambicanas também têm sido acusadas de várias atrocidades na região de Cabo Delgado. Há dois meses, correu Mundo um vídeo que mostra vários homens com uniforme militar a perseguir e matar a sangue-frio uma mulher nua. O governo negou o envolvimento do Exército e acusou os jihadistas de se disfarçarem de soldados para semear a confusão.

Pub

Bispo de Pemba diz que população vive com “medo constante”

O bispo de Pemba, D. Luiz Fernando Lisboa, contou à TSF que a população está “traumatizada” e vive com “medo constante” dos ataques. “Há gente que perdeu o marido, que perdeu os pais, pais que perderam os filhos, pessoas que viram familiares a serem decapitados... Há um trauma geral”, disse o bispo. O religioso adiantou ainda que os insurgentes atacaram na última semana pelo menos onze aldeias na região de Muatide e, numa delas, mataram 15 adolescentes que participavam num rito de iniciação. “Destroem casas, bens públicos, matam pessoas e raptam, meninas principalmente”.

Macron denuncia ameaça internacional

PR francês disse esta quarta-feira que os ataques em Moçambique mostram que o terrorismo islâmico “é uma ameaça internacional que precisa de uma resposta internacional”.

Pub

Paulo Rangel questiona Parlamento Europeu

O eurodeputado Paulo Rangel perguntou esta quarta-feira que ações concretas já foram tomadas pela UE na sequência do pedido de ajuda feito por Moçambique.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar