Guardia Civil no Centro de Comunicações da Catalunha para impedir voto eletrónico

29 aplicações informáticas que seriam usadas no referendo de domingo foram bloqueadas.

30 de setembro de 2017 às 13:00
Guardia Civil fez detenções na Catalunha Foto: Twitter
Guardía Civil Foto: Getty Images
Guardia Civil Foto: Getty Images

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Agentes da Guarda Civil espanhola deslocaram-se este sábado ao Centro de Telecomunicações do governo catalão para comprovar o bloqueio dos serviços informáticos para o voto eletrónico no referendo de domingo, como ordenou o Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha.

Fontes próximas da investigação disseram à agência de notícias espanhola Efe que quatro agentes à paisana entraram pelas 10h30 (09h30 em Lisboa) na sede do centro (CTTI), em Barcelona, para determinar se foi bloqueado o acesso a 29 aplicações informáticas que gerem bases de dados que seriam usadas no referendo de domingo, sobre a independência da Catalunha, pelo que a juíza obrigou a que fossem suspensas.

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Os responsáveis pela entidade foram notificados na sexta-feira à noite.

Logo de manhã, um grupo de técnicos do CTTI deslocou-se também à sede para analisar os riscos de o bloqueio das aplicações determinado pela juíza poder afetar outros sistemas informáticos geridos pela instituição, dependente do Departamento da Presidência, explicou uma porta-voz do organismo.

O Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha ordenou na sexta-feira ao governo regional que suspenda os serviços informáticos que ativou no âmbito de um plano para facilitar o voto eletrónico no dia do referendo, que iria materializar-se com uma aplicação denominada "evot".

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Num auto, a magistrada Mercedes Armas, que dirige a investigação ao governo catalão por causa do referendo, requereu ao Centro de Segurança e de Informação da Catalunha (CESICAT) que adotasse as medidas necessárias para a "deteção de pontos de votação eletrónica nos diferentes colégios eleitorais definidos pela organização do referendo".

A magistrada tomou esta decisão após receber um documento da Guarda Civil que, no âmbito da investigação secreta aberta pelo julgado de instrução número 13 de Barcelona, detetou que o governo regional tinha "estabelecido um plano através do qual uma aplicação conhecida por 'evot' poderia contabilizar os votos nos colégios eleitorais e ser usada para exercer o voto eletrónico".

Este plano foi apreendido, detalha a juíza, ao chefe de riscos da CESICAT, responsável pelo desenvolvimento informático da aplicação 'evot'.

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O plano também incluía um sistema para recontagem ou escrutínio dos votos da consulta, suspensa pelo Tribunal Constitucional.

O CTTI é uma empresa pública do governo regional que integra todos os serviços informáticos e de telecomunicações da administração catalã, enquanto o CESICAT é o organismo que garante a proteção em matéria de segurança informática do governo regional.

O Governo da Comunidade Autónoma da Catalunha convocou para domingo um referendo sobre a autonomia da região, que o Estado espanhol considera ser ilegal.

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