Há uma explicação para a alta sobrevivência infantil nos escombros dos sismos na Turquia e na Síria
Muitos acreditam tratar-se de milagres mas há uma justificação.
Dois irmãos, Muhammed Acar e Omer, de nove anos e de sete meses, respetivamente, foram resgatados, esta quarta-feira, dos escombros do prédio onde viviam, na província de Sanliurfa, na Turquia, após o sismo que abalou o país. Estiveram presos durante 58 horas, sozinhos. Viviam no edifício com a família, da qual não se sabe o paradeiro.
A esta história com um final feliz juntam-se outras como o caso de uma bebé síria, nascida entre os escombros, a de um menino pendurado num telhado, a rezar, e a de duas irmãs, presas no betão. Todas estas histórias, de resgates de sucesso, envolvem crianças que conseguiram sobreviver ao desastre que assolou a Turquia e a Síria. Muitos acreditam tratar-se de milagres, no entanto, os casos de sobrevivência infantil que se têm registado têm justificação: o tamanho e a flexibilidade, características dos mais novos.
Joaquim Leonardo, comandante dos bombeiros de Algueirão-Mem Martins, explica ao Correio da Manhã que o facto de muitos bebés e crianças estarem a ser resgatados com vida dos escombros acontece graças ao seu tamanho e maleabilidade. "Estão em vantagem porque são mais pequenos e cabem entre os destroços", afirmou.
O comandante refere ainda que o resgate das crianças é mais fácil porque normalmente "não conseguem ter noção do que está a acontecer e não ficam em estado de choque". Além deste fator, uma outra vantagem no resgate de bebés e crianças está no facto de terem menos propensão a fraturas, uma vez que os ossos têm maior flexibilidade.
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