Homicídio da vereadora brasileira Marielle Franco completa cinco anos. Crime continua sem explicação

Vereadora foi executada com vários tiros dentro do carro em 14 de março de 2018.

Marielle Franco tinha 38 anos Foto: Direitos Reservados
Partilhar

O brutal assassínio da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, executada com vários tiros dentro do carro em 14 de março de 2018 numa rua daquela cidade brasileira, completa esta terça-feira cinco anos sem ter sido elucidado. Dois suspeitos, os ex-polícias Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, estão presos há quatro anos acusados de serem os autores da execução, mas até hoje não se conseguiu identificar nem o mandante, ou mandantes, nem o motivo do crime.

Marielle, uma aguerrida vereadora de 37 anos, eleita pelo PSOL, Partido Socialismo e Liberdade, foi morta pouco depois das 21h30 quando o carro conduzido pelo motorista Anderson Gomes, que também morreu, entrou numa rua escura no bairro do Estácio, na região central do Rio. Segundo a investigação, um outro carro, conduzido por Élcio, já seguia o de Marielle há horas, e, no local que considerou ideal, Ronnie empunhou uma potente pistola automática adaptada com um equipamento que a transforma numa espécie de metralhadora, e atirou diversas vezes.

Pub

Inicialmente, outro vereador, presumivelmente ligado a milícias armadas do Rio de Janeiro e hoje próximo ao governo de Lula da Silva, foi considerado o principal suspeito de ser o mandante e chegou a ser detido, mas nada se provou contra ele. Depois, a própria família do então presidente Jair Bolsonaro, principalmente um dos filhos, Carlos Bolsonaro, também entrou no rol dos suspeitos, tanto porque Carlos, também vereador, tinha tido uma violenta discussão com Marielle, quanto porque o alegado assassino, Ronnie Lessa, morava no mesmo condomínio dos Bolsonaro, mas igualmente nada foi possível provar.

Ante sucessivas acusações de protecção a suspeitos e de obstrucção às investigações, cinco delegados (inspectores) da polícia do Rio de Janeiro foram exonerados do caso nestes cinco anos e, a cada exoneração, mudou o rumo da apuração e começou quase tudo do zero. A turbulência no Ministério Público também tem sido grande, e promotores do caso foram igualmente afastados ou renunciaram, na última vez colectivamente.

Pub

O novo ministro da Justiça, Flávio Dino, que tomou posse em Janeiro junto com o novo governo, deu esperança de que as investigações avancem, e mandou a Polícia Federal, que tutela, iniciar uma apuração própria sobre o crime. Mas, até agora, cinco anos depois dos brutais assassínios, ainda continua por responder a pergunta, quem mandou matar Marielle?

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar