Independentistas catalães insistem no referendo
Governo catalão anuncia locais de votação apesar de admitir dificuldades após apreensão dos boletins de voto.
O presidente do governo autónomo da Catalunha, Carles Puigdemont, manteve ontem o desafio a Madrid, ao publicar a lista dos locais de votação para o referendo ilegal do próximo dia 1 de outubro, apesar de o seu ‘número dois’, Oriol Junqueras, ter admitido horas antes que a apreensão de milhões de boletins de voto pelas autoridades espanholas "mudou as regras do jogo" e colocou em risco a realização da consulta.
"Não podemos votar como sempre, mas estamos a fazer os possíveis", afirmou Junqueras, que viu no dia anterior ser detido o seu assessor, Josep Maria Jové, que é acusado de sedição, crime punível com 15 anos de cadeia.
Jové e outros 13 detidos são ainda acusados de desobediência e malversação de fundos públicos, relacionados com o suposto gasto de 6,2 milhões de euros na organização do referendo ilegalizado pelo Tribunal Constitucional, que ontem multou em 12 mil euros diários Jové e os outros responsáveis eleitorais, que só serão suspensas quando for paralisada a preparação do referendo.
Na quarta-feira, um grupo de agentes da Guardia Civil e funcionários judiciais que apreendiam documentos relacionados com a organização do referendo foram cercados na Secretaria Regional de Economia por uma multidão em fúria. Só horas depois, já de madrugada, é que a polícia catalã se deslocou ao local para os resgatar, após ordem expressa de um juiz.
Quatro carros da Guardia Civil foram vandalizados.
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