Índia mantém compromisso de assinar acordo comercial com a UE em breve
Declarações do governante seguiram-se à última ronda de negociações entre Nova Deli e Bruxelas.
O ministro do Comércio da Índia, Piyush Goyal, afirmou este sábado que o país mantém o compromisso de trabalhar com a União Europeia (UE) para chegar a um acordo de comércio livre em breve.
As declarações do governante seguiram-se à última ronda de negociações entre Nova Deli e Bruxelas, que decorreu na capital da Índia e contou com a presença de dois comissários europeus.
"Foi um prazer recebê-los (o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, e o da Agricultura, Christophe Hansen) na 13.ª ronda de negociações do acordo de comércio livre Índia-UE. Mantemos o nosso compromisso de trabalhar para alcançar em breve um acordo equilibrado e mutuamente benéfico, que gere oportunidades importantes para ambas as partes", afirmou Goyal, numa mensagem publicada na rede social X.
O ministro do Comércio indiano reconheceu na sexta-feira que o acordo exigirá "concessões" de ambas as partes, embora tenha assegurado que o processo avança numa direção "muito positiva".
Segundo Nova Deli, os principais obstáculos nas negociações continuam a ser as barreiras não tarifárias e a necessidade de quadros regulamentares que evitem restrições ao comércio.
Bruxelas aponta para a elevada proteção tarifária indiana em setores como o automóvel, o vinho ou os produtos lácteos, bem como para a necessidade de garantias em matéria de normas ambientais e de propriedade intelectual.
A Índia e a UE estabeleceram como meta chegar a um acordo comercial antes do final de 2025.
A nova ronda de negociações ocorreu num contexto de tensões comerciais globais crescentes, especialmente entre a Índia e o seu maior parceiro comercial atual, os Estados Unidos, que impuseram em agosto "tarifas punitivas" de 50% sobre produtos indianos devido à compra de petróleo russo por Nova Deli.
Esta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu à UE que estabelecesse tarifas de 100% para a China e a Índia, a fim de punir a Rússia e forçar Moscovo a pôr fim à guerra na Ucrânia.
Neste contexto, a Índia intensificou as conversações comerciais com outros parceiros nas últimas semanas. Para além da UE, Nova Deli anunciou progressos em negociações com a Rússia, China, Japão e Catar.
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