Investigadora portuguesa forma guineenses no uso do instrumento musical sicó

Durante uma semana, os participantes tiveram aulas práticas, ministradas por dois exímios tocadores de sicó de Cacheu.

12 de julho de 2019 às 13:51
Guine, Bandeira Foto: Getty Images
Bandeira da Guiné-Bissau Foto: Getty Images

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A investigadora portuguesa Magda Bialoborska lidera um projeto do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa que pesquisa e dá formação aos guineenses sobre instrumentos musicais do país, com enfoque no sicó.

A iniciativa é da ONG guineense Ação para o Desenvolvimento (AD), em parceria com o centro de formação do memorial da escravatura e do tráfico negreiro de Cacheu, norte da Guiné-Bissau, e enquadra-se na pesquisa sobre os instrumentos musicais da Guiné-Bissau e da África Ocidental.

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Sob a coordenação da investigadora portuguesa, dez guineenses terminaram um curso prático de conhecimento e construção do sicó - um dos mais antigos instrumentos musicais do país que é utilizado para dar ritmo às melodias e vozes nas cantigas, mas pouco conhecido pelos jovens.

O sicó assemelha-se a um adufe ou pandeiro.

Durante uma semana, os participantes tiveram aulas práticas, ministradas por dois exímios tocadores de sicó de Cacheu e nessas aulas os formandos conheceram melhor aquele instrumento.

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Segundo Magda Bialoborska, "trata-se de uma peça de percussão 'membranofone' (que advêm de uma membrana ou pele de animal esticada), que é usada nas manifestações culturais de todos os grupos étnicos guineenses.

Ainda de acordo com a investigadora portuguesa, a história da musica guineense revela que o sicó começou por ser um instrumento que fazia parte de um conjunto de peças de percussão, para mais tarde se separar das demais, passando a ser um elemento que é tocado a solo.

O ponto alto da utilização do sicó ocorreu durante a luta armada pela independência do país, em que era sempre a peça usada para engrandecer os feitos dos guerrilheiros que combatiam o exercito colonial português.

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Atualmente vê-se pouco sicó nas manifestações culturais da Guiné-Bissau. Madga Bialoborska acredita que tudo se deve ao facto de existirem poucas peças construídas e ainda por não haver muitos interessados na arte de construção do instrumento.

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