Irão apreende navio petroleiro dos EUA no Golfo de Omã

Embarcação foi abordada por indivíduos armados, vestidos com uniformes pretos de estilo militar e máscaras pretas. Sistema de localização foi desligado.

11 de janeiro de 2024 às 14:05
Navio Foto: Daisuke Nimura/Reuters
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O Irão anunicou, esta quinta-feira, a apreensão de um navio petroleiro dos Estados Unidos da América, no Golfo do Omã, com destino à Turquia, avança a Reuters.

"A Marinha do Exército iraniano anunciou a apreensão de um petroleiro americano no Golfo de Omã com uma ordem judicial", afirmou a imprensa estatal iraniana citando um comunicado do Exército.

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A apreensão do navio 'St Nikolas' pode ser uma resposta do Irão aos Estados Unidos da América que, em 2023, apreenderam o mesmo navio que transportava, na altura, petróleo iraniano contrabandeado para a china, segundo os EUA.

De acordo com a empresa britânica de segurança marítima Ambrey, o navio foi, esta quinta-feira, abordado por "quatro a cinco" indivíduos armados, vestidos com uniformes pretos de estilo militar e máscaras pretas. Numa declaração à AP, a Empire Navigation, com sede em Atenas, reconheceu ter perdido o contacto com o navio, que tem uma tripulação de 18 filipinos e um cidadão grego. A empresa não entrou em pormenores.

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"St. Nicolas" foi anteriormente batizado de "Suez Rajan", associado à companhia de navegação grega Empire Navigation.

A Empire Navigation especificou ainda que "o fretador do navio é a [petrolífera turca] Tupras" e confirmou a ativação de "um plano de emergência".

"Notificámos as autoridades competentes e estamos a envidar todos os esforços para restabelecer as comunicações com o 'St. Nikolas'", referiu a empresa, citada pela agência Europa Press.

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As atenções começaram a centrar-se no "Suez Rajan" em fevereiro de 2022, quando o grupo de defesa do ambiente United Against Nuclear Iran disse suspeitar que o petroleiro transportava petróleo da ilha iraniana de Khargh, o seu principal terminal de distribuição de petróleo no Golfo Pérsico.

Durante meses, o navio permaneceu no Mar da China Meridional, ao largo da costa nordeste de Singapura, antes de se dirigir subitamente para a costa do Texas sem qualquer explicação. O navio descarregou a sua carga para outro petroleiro em agosto, que libertou o seu petróleo em Houston como parte de uma ordem do Departamento de Justiça.

Em setembro, a Empire Navigation declarou-se culpada de contrabando de petróleo bruto iraniano sancionado e concordou em pagar uma multa de 2,4 milhões de dólares (cerca de 2,2 milhões de euros) por um caso que envolvia o petroleiro.

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A apreensão ocorre também após semanas de ataques dos rebeldes Huthi do Iémen, apoiados pelo Irão, contra a navegação no Mar Vermelho, incluindo o maior bombardeamento de sempre de drones e mísseis, lançado na terça-feira.

Este ataque aumentou o risco de possíveis retaliações por parte das forças lideradas pelos EUA, que atualmente patrulham aquela via navegável vital, especialmente depois de uma votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas na quarta-feira, condenando os Huthis e quando responsáveis norte-americanos e britânicos alertaram para as potenciais consequências dos ataques.

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