Irão estima que prováveis novas sanções da ONU não vão afetar venda de petróleo
Nações Unidas vão reimpor na madrugada de sábado seis resoluções contra a República Islâmica, iniciativa lançada por França, Alemanha e Reino Unido.
O ministro do Petróleo do Irão estimou esta quarta-feira que as sanções iminentes das Nações Unidas não vão afetar a venda de petróleo do país, já limitada pelas medidas punitivas dos Estados Unidos e cujo principal destino é a China.
"Este mecanismo [as sanções da ONU] não imporá novas restrições no domínio das exportações de petróleo", disse Mohsen Paknejad aos jornalistas após a reunião do Conselho de Ministros iraniano, em Teerão.
O governante sublinhou que, nos últimos anos, o Irão enfrentou "tantas restrições severas, sanções cruéis e unilaterais dos norte-americanos que, na prática, esta situação não acrescenta muito às limitações já existentes".
Apesar disso, assegurou que, se necessário, serão tomadas novas medidas para manter a venda de petróleo.
As Nações Unidas vão reimpor na madrugada de sábado seis resoluções contra a República Islâmica, iniciativa lançada por França, Alemanha e Reino Unido (E3), caso não seja alcançado antes um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Os países europeus consideram que Teerão não cumpriu os compromissos assumidos em 2015 de limitar o seu programa nuclear, previstos no acordo alcançado nesse ano e abandonado pelos Estados Unidos em 2018, enquanto o Irão tem reiterado que o E3 não cumpriu a sua parte do entendimento.
As resoluções da ONU visam o enriquecimento de urânio e o programa de mísseis iranianos, autorizam inspeções a aviões e navios da República Islâmica, bem como o congelamento de ativos económicos iranianos em todo o mundo e a proibição de viagens a indivíduos e entidades do país persa.
De Teerão sustenta-se que estas sanções da ONU estão "focadas na não proliferação" nuclear e militar e não na economia.
O Irão já está sujeito a numerosas sanções dos EUA que limitam a capacidade do país para comerciar com outros Estados e, em particular, vender petróleo, gás e produtos derivados.
Ainda assim, a República Islâmica produz 4,8 milhões de barris diários de crude, condensados e gás natural e exporta 2,6 milhões de barris por dia, a maioria para a China, segundo um relatório de junho da Agência Internacional da Energia.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt