Irmãos Menendez veem liberdade condicional negada após 35 anos de prisão pelo homicídio dos pais

A justiça norte-americana negou a liberdade condicional aos irmãos Menendez , condenados a prisão perpétua - pena que foi depois reduzida para 50 anos - por terem assassinado os pais em 1989, na mansão da família em Beverly Hills, na Califórnia, EUA.

Mau comportamento na prisão e risco para a sociedade foram os motivos apresentados na quinta-feira a Erik Menendez e na sexta-feira a Lyle Menendez , para a recusa da liberdade.

Os irmãos, atualmente com 57 e 54 anos, vão continuar presos pelo menos por mais três anos. O painel, composto por dois comissários, disse que o irmão mais velho, Lyle, ainda demonstrava "traços de personalidade anti-social, como minimização e violação de regras, que se escondem por detrás da sua aparência positiva", cita a agência noticiosa norte-americana, Associated Press (AP).

"Nós entendemos que durante anos tiveste [Lyle Menendez] pouca esperança de ser libertado", disse a comissária Julie Garland, acrescentando que, "é esperado que os cidadãos sigam as regras independentemente de haver ou não algum incentivo".

No entanto fez o reparo de que  o  painel considerou o seu arrependimento genuíno e que Lyle tem sido um "prisioneiro modelo em vários aspetos, que tem demonstrado potencial para mudança".

Em maio as penas foram reduzidas para 50 anos e ambos se tornaram ilegíveis para recorrer e pedir liberdade condicional, uma vez que na altura dos crimes cometidos tinham menos de 26 anos. 

Os irmãos vão ser considerados para revisão administrativa dentro de um ano e só poderão ter outra audiência daqui a 18 meses. Lyle e Erik têm ainda uma petição hebeas corpus pendente, apresentada em maio de 2023, solicitando uma revisão das condenações com base em novas provas que sustentam as alegações de abuso sexual às mãos do pai.

Os irmãos foram condenados a prisão perpétua em 1996 depois de terem alvejado o seu pai, Jose Menendez, e mãe, Kitty Menendez. Apesar de, na altura, os advogados de defesa terem argumentado que os irmãos agiram em legítima defesa após anos de abuso sexual, os procuradores afirmaram que os irmãos estavam atrás de uma herança multi-milionária.