ISIS-K: Tudo o que se sabe sobre o grupo do Daesh que reivindicou ataque terrorista em Moscovo

Grupo estava fixado na Rússia há muito tempo, acreditam peritos.

23 de março de 2024 às 18:43
Alegados responsáveis pelo massacre Foto: X
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O grupo do Daesh que reivindicou o ataque de sexta-feira no teatro Crocus City Hall, em Moscovo, tem origens afegãs e foi fundado em 2014. Rapidamente ganhou reputação pelos ataques de extrema violência. Atingiu o número máximo de membros em 2018. Desde então entrou em declínio fruto dos confrontos com os EUA e com talibãs.

Ainda assim, os norte-americanos continuam a considerar o ISIS-K uma grande ameaça. Ainda no ano passado, um general dos EUA anteviu ataques do grupo fora do Afeganistão "em cerca de seis meses e sem grande aviso", disse Michael Kurilla.

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O grupo tem um largo historial de ataques, sobretudo em mesquitas. Este ano, os EUA intercetaram comunicações do grupo a dar conta de dois bombardeamentos que causaram cerca de 100 mortos, no Irão.

Apesar de o ataque em Moscovo ser visto como um escalar de proporções exagerado, peritos acreditam que o ISIS-K estava fixado na Rússia de Putin há muito tempo. "O ISIS-K tem uma fixação pela Rússia nos últimos dois anos, criticando frequentemente Putin na propaganda", disse Colin Clarke, do Soufan Center, um grupo de investigação com sede em Nova Iorque. Michael Kugelman, do Wilson Center, com sede em Washington, referiu que o ISIS-K "vê a Rússia como cúmplice de atividades que oprimem regularmente os muçulmanos". O grupo também conta com membros militantes da Ásia Central com as queixas específicas contra Moscovo, acrescentou.

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A capacidade dos norte-americanos de desenvolver inteligência contra grupos extremistas no Afeganistão, como o ISIS-K, diminuiu com a retirada de tropas do país em 2021. Os militares conseguem ver os "contornos amplos" de um ataque iminente, mas não dispõem dos detalhes específicos de outrora.MassacreO tiroteio na capital russa causou pelo menos 143 mortos e 145 feridos. O teatro Crocus City Hall ardeu, o telhado desabou e 100 pessoas tiveram de ser retiradas do edifício. O massacre mobilizou mais de 50 equipas de ambulâncias e um helicóptero. 11 detidosOs serviços de segurança detiveram um total de 11 pessoas, quatro das quais com envolvimento direto no massacre. Os quatro atiradores detidos não são cidadãos russos, informou o ministério do Interior russo.Este sábado, o Daesh revelou uma fotografia dos alegados autores do ataque.

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