Itália trava navio com 224 migrantes a bordo

Ministro do Interior italiano acusa ONG de ajudarem máfias da migração clandestina.

22 de junho de 2018 às 01:30
Navio Lifeline Foto: EPA
Navio Lifeline Foto: EPA
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Depois de no dia 10 ter rejeitado os 629 migrantes salvos pelo navio 'Aquarius', o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, negou esta quinta-feira a entrada em Itália de um barco com pavilhão holandês ao serviço da ONG alemã 'Lifeline', recusando receber os 224 migrantes que viajam a bordo.

Salvini acusou as ONG de fazerem "serviço de táxis do mar" e frisou que não "pisarão de novo portos italianos, pois o país não pode sustentar os custos económicos e sociais de uma migração descontrolada".

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Sobre o novo navio disse que "Itália só o verá em postal" e condenou as agências humanitárias dizendo que ajudam "as máfias da migração clandestina que faz milhares de vítimas".

Tal como o 'Aquarius', o navio da 'Lifeline' resgatou os migrantes ao largo da Líbia e, segundo Salvini, agiu contra as ordens das guardas costeiras da Itália e da Líbia.

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"Pediram-lhes para não agir, que a Líbia tratava do resgate, mas estes desgraçados, pondo mesmo em risco a vida dos migrantes, não deram ouvidos a ninguém e carregaram a sua carga de carne humana a bordo". Salvini acrescentou que a Guarda Costeira italiana recebeu ordem para não se afastar de Itália: "Há navios tunisinos, franceses, espanhóis... que se mexam!".

Itália e Alemanha em desacordo sobre acolhimento 

Um projeto sobre migração foi retirado esta quinta-feira depois de a Itália ameaçar boicotar uma minicimeira europeia sobre migração a realizar no domingo, em Bruxelas.

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Em causa estava uma alínea prevendo que os migrantes sejam devolvidos ao país onde primeiro fizeram o pedido de asilo, que muito frequentemente é a Itália. O governo italiano protestou e a chanceler alemã, Angela Merkel, retirou o projeto.

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