Jornalista dos Papéis do Panamá morre em explosão de carro bomba
Daphne Galizia já tinha denunciado às autoridades locais que estava a ser alvo de ameaças de morte.
Daphne Caruana Galizia, jornalista que liderava a investigação dos Papéis do Panamá em Malta, foi assassinada esta segunda-feira, 16 de outubro. O carro onde circulava, um Peugeot 108, continha uma bomba que explodiu e matou a jornalista, segundo conta o jornal britânico The Guardian.Daphne, de 53 anos, tinha acabado de sair de casa, na cidade de Mosta, perto da capital de Malta.
A jornalista maltesa era ainda autora de um blogue que denunciava casos de corrupção que envolviam políticos. Uma das investigações mais recentes era sobre o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, a sua mulher e outros membros do Governo. Segundo as investigações feitas, o casal utilizava offshores para esconder pagamentos ao Governo do Azerbaijão. Joseph Muscat
O dirigente de Malta diz não ter dúvidas de que a morte de Daphne Galizia está relacionada com as investigações sobre o Governo que a jornalista vinha a fazer. "O que aconteceu hoje não foi um crime comum. Isto é a consequência do total colapso do Estado de direito no país, que se tem verificado nos últimos quatro anos", segundo o The Guardian.
Há quinze dias, DaphneGalizia já tinha denunciado às autoridades locais que estava a ser alvo de ameaças de morte.
As autoridades em Malta abriram já uma investigação criminal e pediram a ajuda internacional do FBI.
Comissão Europeia "horrorizada" com assassínio de jornalista
"Estamos horrorizados com o facto de uma jornalista bem conhecida e respeitada - Daphne Caruana Galizia -- ter perdido ontem a vida no que foi aparentemente um ataque com um alvo específico", declarou o porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas.
"Foi um ato escandaloso e o que conta agora é que seja feita justiça", acrescentou, lembrando que a vítima "foi uma pioneira do jornalismo de investigação em Malta".
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