Juiz amigo mantém Temer na presidência
Voto do presidente do Tribunal Superior Eleitoral decisivo para ilibar o chefe de Estado.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, Gilmar Mendes, amigo pessoal de Michel Temer há décadas, usou na madrugada de ontem o seu voto decisivo para desempatar o julgamento que apurou o uso de fundos ilícitos nas presidenciais de 2014, absolvendo o chefe de Estado de qualquer irregularidade.
Até Mendes votar, três dos sete juízes tinham votado a favor da anulação das eleições, o que tiraria Temer do cargo, e outros três tinham votado contra. Com o voto de Gilmar Mendes a votação terminou em 4 a 3, favorável ao presidente.
A manobra que permitiu ilibar tanto Dilma como Temer é extremamente polémica e provocou uma repercussão fortemente negativa na imprensa e na opinião pública, com vários comentadores a dizerem que, devido à sua atuação durante o julgamento, Mendes mais parecia um advogado de defesa de Temer do que o presidente de um tribunal imparcial.
Mendes e outros três juízes, dois deles nomeados por Temer em abril e maio, simplesmente ignoraram as provas documentais e testemunhais apresentadas pelo relator do caso, Hermann Benjamin, incluindo os depoimentos de vários executivos da construtora Odebrecht que admitiram ter dado dezenas de milhões de euros em verbas ilícitas para financiar a campanha.
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