Juiz recusa mandar prender Puigdemont
Supremo espanhol negou pedido para reativar mandado de detenção durante visita à Dinamarca.
O Supremo Tribunal espanhol rejeitou um pedido urgente da Procuradoria-Geral do Estado para reativar o mandado europeu de detenção contra o líder separatista catalão Carles Puigdemont, que ontem abandonou o seu refúgio em Bruxelas para participar num debate na Dinamarca.
O juiz Pablo Llarena considerou que tudo não passava de um estratagema de Puigdemont para ser detido e assim culpar o Estado espanhol e a Justiça pela sua ausência no debate de investidura no Parlamento catalão, na próxima semana.
Apesar de considerar "razoável" o pedido da Procuradoria para reativar o mandado europeu de detenção por se tratar de um fugitivo à Justiça, o juiz Llarena preferiu adiar a medida para não prejudicar a "ordem constitucional e o normal funcionamento" do parlamento catalão.
O magistrado considerou "remoto" o interesse académico da deslocação de Puigdemont à Dinamarca, afirmando que a viagem não passa de uma "provocação" do ex-líder do governo catalão para forçar a sua detenção e assim justificar a sua ausência no debate de investidura, uma vez que sabe da "impossibilidade legal" de ser investido à distância por videoconferência.
Mais, explicou, se Puigdemont fosse detido, poderia exigir delegar o seu voto tal como fizeram os três deputados que se encontram em prisão preventiva.
Parlamento confirma candidatura
Apesar de reconhecer a "situação pessoal e judicial" de Puigdemont, exilado em Bruxelas, Torrent mantém que o cabeça de lista do Juntos Pela Catalunha tem "absoluta legitimidade" para ser candidato à chefia do governo catalão.
Mossos tentaram destruir alerta
Os Mossos D’Esquadra negaram ter recebido o aviso, mas o alerta foi encontrado entre os documentos que agentes tentaram destruir após o referendo.
PORMENORES
A "sombra de Franco"
Puigdemont aproveitou o debate na Universidade de Copenhaga para denunciar mais uma vez as "violações do Estado de Direito" cometidas pelo Estado espanhol, arremeter contra "a sombra de Franco" que leva a encarcerar "presos políticos" e criticar a UE por "olhar para o outro lado".
Admite referendo nacional
Puigdemont garantiu que a Catalunha terá novo governo independentista "em breve" e admitiu, pela primeira vez, que um referendo em toda a Espanha "poderia ser uma boa solução".
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