Julgamento de tentativa de golpe de Estado começa sem a presença de Bolsonaro

Segurança foi reforçada nas imediações do tribunal.

02 de setembro de 2025 às 13:49
Supremo Tribunal Federal do Brasil Foto: Eraldo Peres/AP
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A primeira sessão do julgamento que pode levar à prisão por mais de 40 anos de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado foi aberta sem a presença do ex-Presidente brasileiro.

A sessão em Brasília foi aberta por volta das 09h00 pelo juiz presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, marcada por fortes medidas de segurança nas imediações do tribunal. 

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Minutos antes do início do julgamento em Brasília, um dos advogados do ex-chefe de Estado brasileiro, à entrada do tribunal, confirmou que Bolsonaro não marcará presença esta terça-feira.

Juiz considera que amnistiar envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Brasil seria cobardia

O juiz Alexandre de Moraes lamentou, esta terça-feira, na abertura do julgamento de Jair Bolsonaro, que se tenha tentando um golpe de Estado no Brasil e que amnistiar os envolvidos seria uma "covardia".

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"O país e sua Suprema Corte só têm a lamentar que, mais uma vez na história republicana brasileira, se tenha novamente mais uma vez tentado um golpe de Estado atentando contra as instituições e a democracia pretendendo se uma ditadura. As instituições mostraram sua força e sua resiliência", afirmou o juiz brasileiro, relator do processo, durante a leitura do resumo do caso.

Na opinião do juiz foi feita uma tentativa de golpe de Estado, "atentando contra as instituições" com o  objetivo de criar  um "estado de exceção".

PGR brasileiro considera todos os acusados responsáveis pela tentativa de golpe de Estado

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O Procurador-Geral da República brasileiro afirmou esta terça-feira que o ex-Presidente e a sua cúpula são responsáveis por planear um golpe de Estado e que "todos convergiram" para assegurar a permanência de Jair Bolsonaro no poder.

"Todos os personagens são responsáveis pelos eventos que se concatenam entre si", disse Paulo Gonet, durante leitura da acusação no primeiro dia do julgamento que pode levar Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão, frisando que "os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia [acusação] são fenómenos de atentado com relevância criminal contra as instituições democráticas".

Segundo Paulo Gonet, "todos convergiram, dentro do seu espaço de atuação, para o objetivo comum de assegurar a permanência do Presidente da República na época na condução do Estado, mesmo que não vencesse as eleições, e mesmo depois de ter efetivamente perdido a preferência dos eleitores em 2022".

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Acusados de golpe de Estado no Brasil documentaram quase todas as ações

O procurador-geral brasileiro afirmou esta terça-feira que os oito acusados da tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-Presidente Jair Bolsonaro, formaram uma "organização criminosa" que documentou "a quase totalidade das ações".

"A organização criminosa documentou, ou titulou, a quase totalidade das ações narradas na denúncia", disse Paulo Gonet, durante leitura da acusação no primeiro dia do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão.

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De acordo com a acusação, grande parte das ações foram documentadas pelos próprios através de "gravações, manuscritos, arquivos digitais, planilhas [folhas de cálculo] e trocas de mensagens eletrónicas, tornando ainda mais percetível a materialidade delitiva".

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