Justiça afasta Marine Le Pen das Presidenciais

Líder da extrema-direita francesa foi condenada por desvio de verbas do Parlamento Europeu.

01 de abril de 2025 às 01:30
Marine Le Pen Foto: TERESA SUAREZ/LUSA/EPA
Partilhar

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, foi esta segunda-feira condenada por desvio de fundos do Parlamento Europeu e impedida de concorrer a cargos públicos durante cinco anos, inviabilizando a sua candidatura às Presidenciais de 2027. "A democracia francesa foi assassinada", denunciou o seu braço-direito, Jordan Bardela.

Le Pen, de 56 anos, foi condenada a quatro anos de cadeia, dois com pena suspensa e os restantes dois em prisão domiciliária com tornozeleira eletrónica. Terá ainda de pagar uma multa de 100 mil euros e fica proibida de concorrer a cargos públicos durante cinco anos, embora não perca o atual mandato de deputada. Os advogados já garantiram que a líder da extrema-direita vai recorrer, o que terá efeitos suspensivos no que diz respeito à pena de prisão e à multa, mas não em relação à proibição de concorrer a cargos públicos, que tem efeitos imediatos ao abrigo do pedido de "execução provisória" feito pelo Ministério Público.

Pub

A líder da extrema-direita francesa, que abandonou o tribunal ainda antes de a juíza terminar de ler a sentença, tinha acusado os procuradores do Ministério Público de pretenderem a sua "morte política". Marine Le Pen lidera as sondagens para as Presidenciais de 2027 e já tinha dito que esta seria a sua última tentativa de ser eleita para o Eliseu após ter ficado em segundo lugar em 2017 e 2022.

"Hoje não foi só Marine Le Pen que foi injustamente condenada; foi a democracia francesa que foi foi assassinada", denunciou o presidente da União Nacional, Jordan Bardela, provável substituto de Le Pen na corrida ao Eliseu em 2027.

Marine Le Pen e outros membros do partido foram condenados por desviar mais de quatro milhões de euros de fundos do Parlamento Europeu para financiar a atividade do partido em França. "A investigação provou que não se trataram de meros erros administrativos, mas de atos deliberados no quadro de um esquema para reduzir os custos do partido", frisou a juíza na leitura da sentença.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar