Líder indígena bolsonarista acusado de ataques em Brasília detido na fronteira com a Argentina
José Acácio Serere Xavante tinha fugido há seis meses.
O líder indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Serere, seguidor ultrarradical de Jair Bolsonaro e que esteve envolvido em ataques violentos contra a Democracia perpetrados em Brasília no dia da tomada de posse de Lula da Silva após este ser eleito presidente do Brasil em 2022, foi preso ao início da noite deste domingo na fronteira entre o Brasil e a Argentina.
O indígena é réu numa ação que tramita no Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF), e tinha fugido há seis meses para a Argentina.
A Polícia Federal brasileira afirmou em comunicado que prendeu o líder indígena bolsonarista quando ele tentou entrar no Brasil pela fronteira com a Argentina na cidade de Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná, mas o advogado dele nega essa versão e diz que José Acácio foi preso ilegalmente no país vizinho.
De acordo com essa versão, o cacique foi detido pelos funcionários da Alfândega da cidade de Puerto Iguazu, no lado argentino, e depois entregue às autoridades brasileiras, o que seria ilegal, pois o extremista de direita tinha pedido asilo político ao governo argentino e não poderia ser detido enquanto não houvesse uma decisão sobre esse pedido.
No dia 12 de dezembro de 2022, dia em que Lula da Silva e Geraldo Alckmin foram proclamados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como presidente e vice-presidente eleitos do Brasil, José Acácio comandou actos de rua em Brasília contra essa tomada de posse e contra o resultado das presidenciais, defendendo que o derrotado Jair Bolsonaro continuasse no poder.
Após os atos se tornarem violentos, com os manifestantes espalhando botijas de gás pela capital federal brasileira e ameaçando explodir torres de energia e de televisão, a Polícia Federal prendeu o Cacique Serere exatamente junto à principal antena de televisão de Brasília.
Depois da prisão do indígena, os manifestantes ficaram ainda mais violentos e tentaram invadir a sede da Polícia Federal para libertar José Acácio, enquanto outros grupos tentavam invadir o hotel onde nessa altura Lula da Silva estava hospedado, o que, nos dois casos, só foi evitado a muito custo com um impressionante reforço policial. Com a prisão confirmada pelo STF, o Cacique Serere ganhou mais tarde direito a aguardar o julgamento em liberdade com o uso obrigatório de tornozeleira eletrónica, mas há seis meses arrancou o equipamento e fugiu para a Argentina, sendo então emitido pelo Brasil um mandado de prisão internacional contra ele.
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