Luaty Beirão renuncia apoio das autoridades de Portugal
Várias personalidades portuguesas pediram uma intervenção do Governo neste caso.
Um grupo de personalidades portuguesas lançou esta segunda-feira uma petição exigindo que o Governo "tome uma posição e publicamente exija a imediata libertação" do 'rapper' e ativista luso-angolano Luaty Beirão, em greve de fome há 29 dias.
"O cantor e ativista político Henrique Luaty Beirão é angolano, mas é também um cidadão português ilegalmente detido no estrangeiro. Sabemos que está disposto a dar a vida por causas maiores, como a da liberdade e justiça. Também sabemos que a sua morte pode estar próxima, na sequência da sua longa greve de fome. É obrigação constitucional, ética e moral do Governo português não permitir que aconteça", refere a carta aberta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete e ao embaixador português em Angola, João da Câmara.
A carta é assinada por escritores, cineastas, atores, deputados e líderes partidários, incluindo Catarina Martins, do Bloco de Esquerda e Rui Tavares, do partido Livre.
Os subscritores da carta reconhecem "as dificuldades e complexidade das relações diplomáticas entre Angola e Portugal", mas consideram que "nenhum valor pode erguer-se acima da defesa dos Direitos Humanos".
"E este é um caso de Direitos Humanos. É imperativo que o Governo português tome uma posição e publicamente exija a imediata libertação de Henrique Luaty Beirão. É também obrigação do Governo português comunicar a sua posição a toda a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) bem como a toda a comunidade mundial empenhada na defesa dos princípios da liberdade e da igualdade", lê-se na carta.
Para os signatários, "Portugal não pode persistir como testemunha silenciosa e passiva de um lento assassinato político sem se tornar seu cúmplice".
"Desde que este texto foi escrito, Henrique Luaty Beirão renunciou publicamente ao apoio das autoridades portuguesas", assinalam os subscritores.
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