Lufthansa prevê "aumento significativo da rentabilidade" até final da década
Empresa anunciou ainda estar a preparar o que descreveu como a maior modernização da frota na sua história.
O grupo de aviação Lufthansa, que anunciou esta segunda-feira a eliminação de 4.000 postos de trabalho até 2030, prevê um "aumento significativo da rentabilidade" até ao final da década, num contexto de forte procura por viagens aéreas.
O grupo alemão divulgou os seus planos estratégicos numa apresentação para investidores e analistas em Munique, reportando uma forte procura por viagens aéreas, num contexto de limitações na oferta de voos devido à pressão nas cadeias de abastecimento para aviões e motores.
Com os aviões cheios e as receitas a aumentar, a Lufthansa antecipa um "aumento significativo da rentabilidade" até ao final da década.
A empresa anunciou ainda estar a preparar o que descreveu como a maior modernização da frota na sua história, com a adição prevista de mais de 230 novas aeronaves até 2030, incluindo 100 aviões de longo curso.
O grupo Lufthansa manifestou no início do mês a intenção de analisar "cuidadosamente" o caderno de encargos da reprivatização da TAP, considerando na altura ser "o melhor parceiro" para a companhia aérea portuguesa "e para Portugal".
Apesar da forte procura por viagens aéreas e do aumento previsto do lucro nos próximos anos, a Lufthansa anunciou hoje um corte de 4.000 postos de trabalho até 2030 com a ajuda da inteligência artificial, digitalização e consolidação do trabalho entre as companhias aéreas do grupo.
Segundo avançou, a maioria dos empregos serão eliminados na Alemanha, com foco em funções administrativas e não operacionais, e deverá traduzir-se em menos 300 milhões de euros em despesas por ano a partir de 2028.
De acordo com a apresentação hoje feita aos analistas, este plano de redução de pessoal irá ajudar o grupo a atingir novos objetivos para o período 2028-2030, nomeadamente uma margem operacional ajustada (EBIT) de 8 a 10%, contra 4,4% em 2024.
Num comunicado, a Lufthansa afirmou que "mudanças profundas provocadas pela digitalização e inteligência artificial" aumentarão a eficiência em todas as áreas e atividades de negócio, o que levará à redução de pessoal prevista, a maior desde a pandemia de covid-19.
Em 2024, o grupo Lufthansa, o maior grupo aéreo europeu - tinha 101.709 funcionários e gerou receitas de 37.600 milhões de euros (44.000 milhões de dólares).
O sindicato dos serviços Verdi já anunciou que não aceitará "uma verdadeira destruição do pessoal de terra".
Citado num comunicado, Marvin Reschinsky, membro do sindicato e do conselho fiscal da Lufthansa, afirmou que as próximas negociações coletivas, no início de 2026, serão uma oportunidade para "defender [os] direitos", em particular dos 20.000 funcionários de terra da companhia.
O sindicato acusa ainda as políticas aéreas alemã e europeia, com as suas normas ambientais e a fiscalidade, de ameaçarem a competitividade do setor e da Lufthansa em particular, provocando "a perda de postos de trabalho e de linhas aéreas" no país.
Em resposta a estes anúncios, as ações da Lufthansa subiam 1,75% às 9h00 GMT (10h00 em Lisboa) na Bolsa de Frankfurt.
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