Lula da Silva perde acção contra procurador da Lava Jato

Em causa um Power Point em que Lula era identificado como chefe da "maior quadrilha do Brasil".

05 de setembro de 2018 às 19:22
Lula da Silva Foto: EPA
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O procurador brasileiro Deltan Dallagnol Foto: Direitos Reservados

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O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou esta quarta-feira uma acção por danos morais movida pelo ex-presidente Lula da Silva contra o principal procurador da operação anti-corrupção Lava Jato, Deltan Dallagnol.

Lula, preso desde Abril e a cumprir pena de 12 anos e um mês por corrupção, exigia na justiça o pagamento de indemnização de 208 mil euros por Dallagnol o ter apresentado numa conferência de imprensa em 2016 como o chefe de uma organização criminosa.

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Na conferência de imprensa, que aconteceu a 14 de Setembro daquele ano, Dallagnol exibiu um Power Point que fez uma sensação enorme na altura no mundo político e junto da opinião pública, após mais uma fase da Lava Jato e nova denúncia contra Lula por corrupção.Na apresentação, o procurador, conhecido pelas suas frases fortes, exibiu um organograma do que considerou ser "a maior quadrilha do Brasil", onde o nome do antigo presidente aparecia em destaque no centro como suposto chefe máximo dessa organização criminosa que, segundo o membro do Ministério Público, foi criada por Lula e pelo Partido dos Trabalhadores para desviar milhões dos cofres públicos.

Lula ficou furioso como poucas vezes se viu e recorreu à justiça requerendo uma reparação por danos morais. Segundo os advogados do ex-presidente, o procurador feriu gravemente a honra, a imagem e os direitos do antigo governante e não apresentou uma prova sequer das acusações que fez com tanto espalhafato, ao vivo pela televisão.

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Esta quarta-feira, porém, os três desembargadores da 8. Turma de Direito Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitaram a acção por unanimidade. Segundo o relator da acção, o  desembargador Salles Rossi, não se vislumbra nos factos relatados qualquer crime que justificasse uma reparação, pois Dallagnol, na visão do magistrado, limitou-se a cumprir a sua missão como procurador e apenas usou o Power Point para explicitar em detalhes a denúncia que pouco antes tinha apresentado contra Lula à justiça.

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