Lula da Silva sente "cheiro a retrocesso" na América Latina
Ainda "desconfiamos de nós mesmos".
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sente um "certo cheiro a retrocesso" na América Latina, instando a região a trabalhar em conjunto e a preocupar-se menos com os EUA ou Europa.
Lula da Silva falava na abertura da 7.ª edição da Conferência Latino-americana e do Caribe de Ciências Sociais (Clacso), na terça-feira, na cidade colombiana de Medellín, na companhia, entre outros, do ex-presidente uruguaio José Mujica.
"Precisamos de voltar a trabalhar e a ter paixão pela integração da América Latina" no plano económico, político e social, pois ainda "desconfiamos de nós mesmos", disse o ex-chefe de Estado brasileiro.
Elites "incomodadas"
Lula da Silva assinalou que parte das elites "não aceitam a política de ascensão dos mais pobres nem do povo" e sentem-se "incomodadas" ao ver filhos de empregadas domésticas e operários a transformarem-se em médicos ou em engenheiros.
Neste sentido, fez um apelo para que não se preocupem pelos Estados Unidos e pela Europa, apelando: "Em vez de chorar pelo que o norte nos está a oferecer, devemos unir-nos e olhar para os assuntos da região".
Lula da Silva disse que a "grande mentira" do século foi a Guerra do Iraque, e citou um encontro com George W. Bush, quando ambos dirigiam os destinos do Brasil e dos Estados Unidos, respetivamente, em que o seu então homólogo lhe dissera ser necessário "acabar com o inimigo".
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