Maduro reforça segurança com medo de ataque dos EUA
Presidente raramente dorme na mesma cama e troca frequentemente de telemóvel.
Apesar de tentar projetar em público uma imagem de confiança e desafio face às ameaças de Donald Trump, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reforçou nos últimos meses a sua segurança pessoal e adotou precauções extraordinárias, como trocar frequentemente de telemóvel, para evitar ser capturado ou, até, assassinado num eventual ataque.
Segundo fontes próximas do regime de Caracas citadas pelo 'New York Times', desde que os EUA começaram a atacar barcos venezuelanos que alegadamente transportavam droga nas Caraíbas, no início de setembro, o líder venezuelano raramente dorme duas noites seguidas na mesma cama, além de trocar frequentemente de telemóvel para não ser localizado. As aparições públicas, antes anunciadas com antecedência, ocorrem agora sem aviso prévio, dizem as mesmas fontes.
Maduro terá ainda aumentado o número de guarda-costas cubanos na sua guarda pessoal e reforçado o papel dos serviços secretos de Havana na monitorização das forças militares venezuelanas, com receio de ser traído.
O líder venezuelano confirmou pela primeira vez, esta quarta-feira, que falou ao telefone com Trump no mês passado, no que disse ter sido uma conversa "cordial", sem revelar pormenores. Segundo várias fontes, o presidente dos EUA terá feito um ultimato a Maduro para deixar o poder, mas o líder venezuelano terá exigido como contrapartida uma amnistia para si e para a sua família e manter o controlo das Forças Armadas, o que foi recusado por Trump, que esta semana voltou a ameaçar com ataques terrestres na Venezuela "muito em breve".
Pentágono ignorou sobreviventes de ataque
O Pentágono sabia que pelo menos duas pessoas tinham sobrevivido a um ataque contra uma embarcação venezuelana que alegadamente transportava drogas nas Caraíbas, a 2 de setembro, mas foi dada na mesma a ordem para lançar um segundo ataque, revelou esta quinta-feira a Associated Press. O objetivo do segundo ataque foi “garantir que o barco era destruído”, e não eliminar os sobreviventes, diz a fonte. O Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, foi acusado de ter dado ordens para "matar todos", o que poderá constituir um crime de guerra.
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