Maior aeroporto de São Paulo encerra após falso alerta de sequestro
Grupos anti-terrorismo foram mobilizadas e cercaram a aeronave quando esta aterrou.
Um alerta de sequestro de aeronave, aparentemente enviado por engano, pelo piloto de um avião da companhia aérea brasileira Azul obrigou na noite desta sexta-feira, início da madrugada em Portugal, ao encerramento do maior aeroporto urbano de São Paulo, o Aeroporto Internacional de Congonhas, incrustado em meio aos arranha-céus de bairros nobres da zona sul daquela cidade brasileira.
Forças especiais de segurança, nomeadamente grupos anti-terrorismo, foram mobilizadas e cercaram a aeronave quando esta aterrou, mas depois de uma hora verificou-se não haver qualquer risco nem aos passageiros nem ao aeroporto e a aeronave foi libertada.
O voo tinha saído de Recife, capital do estado de Pernambuco, no nordeste, e, perto das 20h40 locais, 00h40 em Lisboa, quando a aeronave já se aproximava de Congonhas, a torre de controlo recebeu uma mensagem de alerta do piloto de "apoderamento ilícito", o que geralmente significa que a aeronave foi tomada por pessoas estranhas, em princípio terroristas ou piratas do ar.
As operações de aterragem e descolagens foram imediatamente suspensas em Congonhas e foi dado o alarme para as equipas de emergência, nomeadamente Polícia Federal, responsável pela segurança dentro do aeroporto, Polícia Militar, responsável pela segurança externa, Polícia Civil (Judiciária) e Corpo de Bombeiros.
Quando o avião aterrou, foi direcionado pela torre de controlo para a chamada "área de intervenção", mais afastada, e cercado por forças de segurança fortemente armadas e por bombeiros prontos para tudo. As forças de segurança iniciaram os protocolos de emergência para situações de alto risco, mas, a pouco e pouco, percebeu-se que a situação não era a alertada inicialmente.
Às 21h49, mais de uma hora depois de dado o alerta, e verificado que não havia qualquer risco, a aeronave foi autorizada a deslocar-se até ao local normal de desembarque e todos puderam descer. Mas, nesse intervalo de mais de uma hora, 22 voos tinham sido afectados, desviados para outros aeroportos ou impedidos de descolar, e uma multidão de passageiros apreensivos foi prejudicada.
Em comunicado, a Azul não reconheceu o envio errado do código de "apoderamento ilícito" pelo piloto, e insinuou que o erro foi provocado pela interpretação incorreta de quem estava na torre de controlo, pois, asseverou, o alerta enviado pelo comandante da aeronave terá sido de "interferência ilícita", o que não é a mesma coisa. Mas a companhia não entrou em detalhes, não explicando que tipo de "interferência ilícita" ocorreu a bordo, como foi solucionada e se os ocupantes do avião correram algum risco.
O Aeroporto Internacional de Congonhas, este sábado cercado por edifícios gigantes mas que, quando foi construído, não tinha nada em seu redor, é um dos três mais movimentados do Brasil e da América do Sul. Os outros dois são o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, cidade vizinha a São Paulo, e o Aeroporto Internacional de Brasília, na capital federal do Brasil.
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