Mais de 500 mil desalojados pelas cheias no Brasil

Previsão de chuvas fortes nos próximos dias antevê aumentar da tragédia.

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O número de desalojados no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no sul do país, que desde o passado dia 29 de Abril enfrenta a maior tragédia climática da sua história e vive o drama de violentas cheias que já afetaram 88% do seu território, superou este sábado as 500 mil pessoas.O número foi avançado pela Proteção Civil num novo balanço provisório da tragédia, divulgado na noite deste sábado.

Segundo o novo relatório, o Rio Grande do Sul tinha este sábado 537 380 pessoas desalojadas, um número inimaginável antes de ser uma trágica realidade, e que supera em muito todas as tragédias ocorridas naquele estado brasileiro nas últimas décadas.O número actual, atingido em somente onze dias de chuvas torrenciais, aproxima-se vertiginosamente da soma de todas as tragédias naturais ocorridas no Rio Grande do Sul nos últimos 31 anos, entre 1991 e 2022, período durante o qual, em momentos e tragédias diferentes, 702 916 pessoas foram desalojadas das suas casas.

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E tudo pode piorar ainda mais, muito mais, pois as previsões meteorológicas prevêem mais chuvas fortes para os próximos dias, com novas inundações e mais pessoas afetadas.Mesmo no melhor dos cenários, se as chuvas que castigam aquele estado brasileiro com uma fortíssima influência europeia, principalmente de portugueses e alemães, deixassem de cair totalmente, os números da tragédia iam continuar, infelizmente, a aumentar, pois toda a imensidão de água acumulada até agora nas regiões norte e central do Rio Grande do Sul vai começar a descer para a região sul, a única até agora relativamente poupada, e vai fazer transbordar os rios e alagar cidades que escaparam das tempestades das últimas duas semanas.

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, até este sábado 446 tinham sido atingidos pelas cheias.Isso significa que mais de dois milhões de habitantes dessas áreas, mais precisamente 2 115 416 pessoas, foram atingidos de alguma forma pela tragédia, perdendo a casa, perdendo familiares e amigos, ou tendo a vida alterada pela perda do emprego ou por terem ficado sem serviços públicos essenciais, como hospitais e escolas ou sem o fornecimento de água e energia elétrica.

No novo boletim, o número de pessoas mortas pelas cheias ficou estável pela primeira vez nos últimos dias, mantendo-se em 136 o número de vítimas fatais da tragédia.Já o número de pessoas desaparecidas caiu um pouco, das 128 do boletim anterior, divulgado pela manhã, para 125, mesmo assim um número preocupante, até porque ainda há localidades isoladas onde não se tem a menor idéia do número de vítimas.

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