Medo faz triplicar blindagem de carros

Nos primeiros dez meses de 2013, o número de pessoas que mandaram blindar os seus veículos triplicou face ao registado em todo o ano passado.

08 de novembro de 2013 às 10:38
carros, blindados, São paulo, Brasil, medo Foto: Getty Images
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O medo da violência na maior cidade do Brasil, São Paulo, leva os cidadãos com capacidade financeira a recorrerem cada vez mais à blindagem dos seus automóveis, tentando dessa forma compensar a falta de segurança que se sente nas ruas. Só nos primeiros dez meses do ano, o número de pessoas que mandaram blindar os seus veículos quase triplicou face ao registado em todo o ano passado.

Em 2012, de acordo com dados divulgados pelo Exército, que tutela as empresas do setor, foram blindados em São Paulo 2.713 carros. Até outubro de 2013, o número de blindagens de veículos disparou para 8.022 automóveis.

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As empresas do setor não têm mãos a medir e já contam com uma longa lista de clientes que pretendem blindar os seus veículos, sendo que a espera pode prolongar-se por vários meses. Isto apesar de a blindagem mais comum, e também mais económica, custar entre 16.600 e 23.300 euros.

TRABALHO MINUCIOSO

A blindagem de um veículo é um trabalho minucioso e praticamente artesanal, pois o carro é literalmente todo desmontado, reforçado com aço, fibra e vidro de alta resistência e depois montado de novo. Segundo especialistas na matéria, um projétil precisa de menos de um centímetro quadrado para perfurar um automóvel, por isso todo o cuidado é pouco para evitar que mesmo uma superfície ínfima possa ficar desguarnecida.

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Tanta preocupação dos donos dos veículos e dos profissionais do ramo da blindagem não é exagero. De 2011 para 2012, o número de assassínios na cidade de São Paulo cresceu 39,7%, e ao longo de 2013 houve novo aumento, ainda não totalizado.

Em 2012, das cerca de 4.800 pessoas mortas em todo o estado de São Paulo, que tem 41 milhões de habitantes, 1.497 foram assassinadas na capital. A situação mantém-se este ano, com os assassínios, os latrocínios, ou seja, roubo onde a vítima é morta, e as violações sexuais a crescerem de mês para mês.

Uma sondagem realizada este ano na capital paulista revelou que 41% dos seus 12 milhões de habitantes evita sair à noite por temer ser assaltada ou morta.

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