Milionário de São Paulo confunde polícias com assaltantes e provoca tiroteio com três mortes
Dono da mansão foi morto a tiro. Uma agente da Polícia Civil e o segurança do milionário também morreram.
Uma avaliação precipitada de um empresário milionário de São Paulo, Rogério Saladino, de 56 anos, que confundiu agentes da polícia com assaltantes, provocou um tiroteio em que ele próprio, uma agente e o próprio segurança acabaram mortos. O tiroteio aconteceu à porta da luxuosa mansão de Saladino, no bairro Jardim América, um dos mais nobres daquela cidade brasileira.
Dois agentes da Polícia Civil (Judiciária) que investigavam um furto ocorrido na véspera na rua onde morava o empresário foram até à casa dele para tentarem conseguir imagens de câmaras de videovigilância que pudessem ajudar a esclarecer o crime. Segundo a versão de familiares, que almoçavam com Rogério Saladino na mansão, o empresário imaginou que os dois agentes, que estavam identificados, eram assaltantes disfarçados de polícias que iam tentar invadir o casarão e saiu para a área da garagem do imóvel, que dá para a rua, de arma em punho e já a atirar, e com outra arma na cintura.
A agente Milena Estevam, de 39 anos, foi atingida por vários disparos e morreu no local. O colega dela reagiu, atirou contra Saladino, que foi atingido mortalmente no tórax.
Um segurança da mansão, ao ver o patrão baleado tentou apanhar a arma que o empresário tinha na cintura, mas o agente foi mais rápido e atirou primeiro, matando igualmente o funcionário. As mortes provocaram grande comoção em São Paulo, tanto nos meios empresariais, onde Rogério Saladino comandava uma rede de laboratórios de análises clínicas e de imagem, quanto nos meios policiais, pois Milena era uma agente operacional de bastante destaque pelo sucesso que alcançava nas investigações de homicídios e latrocínios, roubos com morte da vítima.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, SSP-SP, evitou criticar a ação do empresário, um aficionado por armas de fogo, mas no velório e funeral da agente Milena, os colegas não escondiam a revolta com o empresário, que saiu de casa já a atirar contra polícias com identificação, sem perguntar nada ou, pelo menos, sem antes ter ligado para a central da polícia para confirmar se a dupla de agentes realmente pertencia à corporação. A família de Rogério Saladino emitiu um comunicado pedindo que a privacidade do empresário e dos familiares fosse respeitada, após a polícia divulgar para a imprensa que o milionário já tinha sido condenado por um homicídio muitos anos antes, por lesão corporal e por crime ambiental.
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