Ministro italiano quer centros de migrantes na Líbia
Salvini foi a Tripoli sugerir a construção de centros de acolhimento no sul do país.
O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, líder do partido xenófobo Liga, visitou esta segunda-feira a Líbia e defendeu a criação de centros de receção de migrantes no sul desse país. Salvini entende que essa é uma boa forma de combater a vaga de migrantes que atravessam o Mediterrâneo a partir da costa da Líbia para chegar à Europa.
"Centros de receção e identificação deveriam ser criados no sul, ou a sul da Líbia", afirmou Salvini, acrescentando que Itália fará tudo "para garantir que o patrulhamento das águas líbias é feito pelas autoridades da Líbia". Salvini reiterou ainda críticas às ONG e grupos humanitários, dizendo "que querem tomar o lugar dos governos e que, na verdade, ajudam criminosos e traficantes de seres humanos".
A sugestão do ministro italiano foi rejeitada pelo primeiro-ministro do governo líbio reconhecido internacionalmente. "Recusamos quaisquer campos de refugiados na Líbia", afirmou Ahmed Maiteeg, alegando que tal coisa "não é permitida pelas leis" do país.
A visita de Salvini aconteceu um dia depois de uma minicimeira europeia realizada em Bruxelas ter falhado um acordo para uma política comum de combate à migração ilegal.
Essa reunião foi convocada depois de Itália rejeitar receber dois navios humanitários com mais de 800 migrantes a bordo.
"Situação crítica" a bordo do navio ‘Lifeline’
"As condições climatéricas vão alterar-se e isso vai criar uma situação crítica", alertou, frisando que "vómitos e enjoos" agravam muito o risco de desidratação de pessoas já muito debilitadas.
PORMENORES
Liga ganha mais apoio
O partido xenófobo Liga, parte do governo de coligação italiano, ganhou vários municípios ao centro-direita nas eleições locais de domingo. Os resultados confirmam sondagens, segundo as quais duplicaram apoios desde as eleições de 4 de março.
Migrantes abandonados
A Argélia rejeitou ontem acusações segundo as quais terá expulsado nos últimos 14 meses mais de 13 mil migrantes, abandonando-os sem comida nem água no deserto do Saara. Os migrantes foram fotografados por organizações humanitárias.
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