Ministros do Ambiente deixam para Conselho Europeu discussão sobre revisão dos objetivos climáticos
Graça Maria Carvalho rejeitou que haja um recuo nas ambições climáticas.
A ministra do Ambiente rejeitou esta quinta-feira que a União Europeia (UE) tenha feito uma marcha-atrás nos objetivos para debelar as alterações climáticas, apesar de os governantes quererem deixar as decisões para o Conselho Europeu.
Em declarações aos jornalistas, enquanto ainda decorria uma reunião ministerial em Bruxelas, capital belga e onde estão localizadas as principais instituições europeias, Graça Maria Carvalho rejeitou que haja um recuo nas ambições climáticas.
"Eu não diria isso, o que penso que está a acontecer é que os Estados-membros querem negociar um conjunto de dossiers e não o dossier do clima sozinho", respondeu, acrescentando que a discussão sobre combater as alterações climáticas é influenciada pela indústria, pela agricultura e também pela defesa.
Os governantes dos 27 países do bloco comunitário com a pasta do Ambiente deveriam decidir esta quinta-feira os objetivos climáticos intermédios, depois de definição para 2030 e 2050, numa altura em que, por exemplo, os fabricantes de automóveis reivindicam uma dilatação dos prazos.
Ainda com a reunião a meio, a ministra do Ambiente anunciou que os 27 governantes decidiram deixar esta discussão para a próxima reunião do Conselho Europeu e que depois disso "haverá novamente uma discussão dos ministros do Ambiente para fechar os valores".
A intenção, de acordo com ao governante portuguesa, é associar à pasta climática outras áreas, insistindo que não se trata de uma cedência a setores que têm pedido mais tempo para cumprir o que foi traçado pela Comissão Europeia: "O clima é horizontal, afeta muitos outros dossiers, e [os Estados-membros] querem discutir isto de uma forma mais global."
No arranque da reunião ministerial, a Comissão Europeia disse estar confiante de que a UE vai continuar na dianteira dos objetivos para debelar as alterações climáticas, apesar das divisões que existem entre os Estados-membros sobre a trajetória para reduzir as emissões de gases poluentes até 2040.
Sobre os constrangimentos energéticos na região dos Pirenéus que têm consequências para a Península Ibérica e que acabam por 'cortar' o acesso ao resto dos páises da UE, Maria da Graça Carvalho disse que foi convidada com a homóloga espanhola para uma reunião em Paris com o Governo de Emmanuel Macron e com a Comissão Europeia para iniciar as discussões que coloquem fim a este problema.
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