Morreu Charles Manson, o psicopata que fascinou a América

Afirmava ser Jesus Cristo e usou drogas, religião, sexo e profecias apocalípticas para controlar seita.

21 de novembro de 2017 às 01:30
Charles Manson Foto: Reuters
Charles Manson durante o seu julgamento em 1970. Foi condenado à morte mas a Califórnia aboliu a pena capital Foto: Getty Images
Charles Manson Foto: Direitos Reservados
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Charles Manson, o líder psicopata de um culto messiânico que aterrorizou e fascinou a América durante décadas graças à brutalidade dos crimes que foram cometidos pelos seus seguidores, morreu este domingo, aos 83 anos, num hospital da Califórnia, onde cumpria prisão perpétua pela morte de nove pessoas, incluindo a da atriz Sharon Tate, grávida de oito meses.

Manson, de 83 anos, estava internado há vários dias devido a complicações relacionadas com a idade, e acabou por não resistir. Estava preso há 46 anos e escapou por pouco à execução: foi condenado à morte, mas a Califórnia aboliu a pena capital e a sentença foi comutada para prisão perpétua.

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É frequentemente descrito como um assassino em massa e foi condenado por homicídio embora, na realidade, não tenha participado diretamente em nenhuma das mortes que lhe foram atribuídas. Limitava-se a dar as ordens e os seus seguidores, conhecidos como ‘A Família’, executavam-nas.

Manson, que aos 32 anos já tinha passado metade da vida na prisão, usou uma mistura de carisma pessoal, drogas alucinogénicas, sexo e messianismo para juntar um grupo de acólitos fiéis, na sua maioria mulheres jovens. Convenceu-os de que estava para vir uma guerra racial - profecia baseada numa bizarra interpretação da canção ‘Helter Skelter’ dos Beatles - e que era seu papel precipitá-la com uma série de assassinatos.

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O reinado de terror do culto que liderou durou poucos meses, mas o mito persistiu até hoje. Quase cinco décadas após os crimes, Manson continua a ser objeto de um mórbido fascínio na América, em parte explicado pela natureza violenta dos crimes que mandou cometer e pelo seu impacto na geração do ‘Paz e Amor’ e do ‘Flower Power’.

"O seu nome tornou-se uma verdadeira metáfora do mal", disse em 1994 o procurador que o acusou, Vincent Bugliosi, já falecido.

Condenado por nove mortes   

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Além das sete vítimas dos ‘homicídios Tate-LaBianca’, como ficaram conhecidos, Manson foi ainda condenado anos depois pela morte de outras duas vítimas da ‘Família’.

Libertação negada 12 vezes   

Nos 46 anos que passou na prisão, Manson tentou por 12 vezes sair em liberdade condicional, mas todos os pedidos foram recusados. "Sou um homem muito perigoso", admitiu o próprio em 2012.

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Os crimes que abalaram a Califórnia e acabaram com o ‘Verão do Amor’

Na noite de 9 de agosto, quatro membros da ‘Família’ invadiram uma mansão de Beverly Hills e mataram os cinco ocupantes, incluindo a atriz Sharon Tate, mulher do realizador Roman Polanski e grávida de oito meses, assassinada com 19 facadas.

Na porta, com o sangue da atriz, escreveram ‘porcos’, mensagem repetida na noite seguinte na casa de Leno e Rosemary LaBianca.

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Fracassou como músico mas inspirou artistas e vai ter filme   

Em 1970, já na prisão, convenceu o produtor Phil Kaufman a editar o álbum ‘Lie: The Love and Terror Cult’, cujo tema ‘Look At Your Game, Girl’ viria a ser gravado pelos Guns N’Roses em 1993. Ozzy Osbourne, Neil Young e Marilyn Manson foram outros artistas inspirados pelo homicida que, em tribunal, disse que foram os Beatles que o levaram a ordenar o massacre de 1969.

"Os miúdos ouvem aquela música [‘Helter Skelter’] e apanham a mensagem. É subliminar", disse. Agora, Quentin Tarantino está a fazer um filme sobre Manson e já se reuniu com Brad Pitt, Leonardo Dicaprio e Tom Cruise.

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