Mortos pelas cheias no sul do Brasil sobem para 107 e desaparecidos para 136
É esperado frio nos próximos dias em Rio Grande do Sul, o que pode piorar o cenário das inundações.
O número de pessoas mortas pelas maiores cheias da história do estado brasileiro do Rio Grande do Sul chegou esta quinta-feira, 9 de maio, a 107, sete a mais do que no dia anterior. O dado foi avançado em novo balanço parcial pela Proteção Civil daquele estado, o maior do sul do Brasil.
Além dessas vítimas mortais já confirmadas, a Proteção Civil avançou que outras 136 estão desaparecidas, oito a mais do que na véspera. O número de desalojados pela violência das chuvas e pelas cheias que decorreram delas também subiu nas últimas 24 horas, passando de 207,3 mil esta quarta-feira para 232,1 mil esta quinta-feira.
Em Porto Alegre, a capital do estado, onde 85% de quase 1,5 milhão de moradores está desde a semana passada sem fornecimento de água e de energia elétrica, o nível do Rio Guaíba desceu nas últimas horas, mas em boa parte da que até agora era uma das mais elegantes e modernas cidades do Brasil, ruas e avenidas ainda têm mais de dois metros de água em cima do asfalto, e em vários bairros a cheia atingiu até o primeiro andar das casas.
O Aeroporto Internacional Salgado Filho continua interditado, tendo esta quarta-feira mais de dois metros de água do Guaíba sobre as pistas, os terminais rodoviários também foram inundados e encerrados, e Porto Alegre neste momento só tem acesso por uma única estrada, mesmo assim bastante problemática pela queda de pontes e encostas. Num gesto desesperado para conseguir fazer chegar alimentos, água potável e outras doações aos quase 100 mil habitantes de Guaíba, cidade que fica no outro lado do Rio, em frente a Porto Alegre, o autarca da cidade improvisou uma pista de aterragem num trecho relativamente poupado pelo mau tempo na estrada BR 116, permitindo a chegada de aviões de pequeno porte com ajuda humanitária.
De acordo com um alerta do governador do estado, Eduardo Leite, a partir da noite desta quinta-feira e ao longo de sexta-feira, do sábado e do domingo, chuvas muito fortes devem voltar a atingir o Rio Grande do Sul, inclusive áreas já muito castigadas, e as consequências da maior tragédia climática da região podem aumentar ainda mais.O frio que chegou esta quinta-feira, que pode ter temperaturas de cinco graus nos próximos dias depois de duas semanas de calor de 32, 34 graus, é outra preocupação. Há ainda milhares de pessoas dentro ou nos telhados de casas parcialmente ou totalmente submersas, e mesmo as que foram para abrigos saíram das suas residências somente com a roupa do corpo, e roupas leves pois até agora fazia um calor insuportável.
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