MP de Espanha quer vice de Puigdemont condenado a 25 anos de prisão

Líderes catalães acusados de crimes de rebelião e malversação de fundos públicos no âmbito do processo separatista.

03 de novembro de 2018 às 09:18
Oriol Junqueras, antigo vice-presidente da Cataulnha Foto: Oriol Junqueras, antigo vice-presidente da Cataulnha
Oriol Junqueras Foto: Getty Images
Oriol Junqueras e Carles Puigdemont Foto: Getty Images

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O ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras poderá ser condenado a uma pena de 25 anos de cadeia por delitos de rebelião e malversação de fundos públicos no âmbito do referendo separatista de 2017, na Catalunha.

A pena foi pedida esta sexta-feira pelo Ministério Público que, num auto de 127 páginas, pede ainda penas entre os 7 e os 17 anos de cadeia para 11 outros líderes catalães detidos.

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Estas penas são bastante mais duras do que as solicitadas pela Procuradoria do Estado, entidade responsável pela defesa jurídica das instituições públicas.

A divergência deve-se ao facto de a Procuradoria acusar os separatistas de sedição, e não de rebelião, considerando que o processo soberanista não foi um "delito contra a Constituição" e sim "um delito contra a ordem pública".

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Sendo assim, a Procuradoria, que depende diretamente do governo espanhol, pede 12 anos para Junqueras e penas entre os sete e os 11 anos para os outros principais líderes separatistas detidos.

O governo catalão desvalorizou esta divergência, pois considera que falar de sedição no processo catalão é "uma farsa". "Pedro Sánchez perdeu uma oportunidade de ouro para retirar o conflito catalão dos tribunais e devolvê-lo à política. Pensa que assim ganha votos, mas está a ir contra a democracia espanhola", afirmou Quim Torra, presidente do governo autónomo, em críticas ao primeiro-ministro espanhol.

Além de Junqueras, as penas mais pesadas pedidas pelo Ministério Público, de 17 anos, recaem sobre Carme Forcadell, ex-presidente do parlamento catalão, e Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, líderes das organizações separatistas ANC e Òmnium Cultural. Foram ainda pedidas penas de 16 anos para os ex-conselheiros do governo Josep Rull, Raul Romeva e Dolors Bassa.

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De fora deste processo ficam os separatistas exilados, entre eles o ex-presidente catalão Carles Puigdemont.

PORMENORES 

Oposição ao orçamento

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A ERC, de Junqueras, e o JxCat, de Carles Puigdemont, anunciaram que não votarão a favor do orçamento do Estado para 2019 do PM espanhol, Pedro Sánchez, depois de a Procuradoria do Estado acusar de sedição os lideres catalães detidos.

Trapero cúmplice

A Audiência Nacional endureceu a acusação contra Josep Lluís Trapero, ex-chefe da polícia catalã. É acusado de rebelião por se considerar que a polícia pactuou com o referendo ilegal. Apesar disso a pena pedida é de 11 anos, bem abaixo dos 42 pedidos na instrução do processo.

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