Nampula reabre 50 empreendimentos turísticos afetados por ciclone em Moçambique
Retoma destes estabelecimentos tem vindo a gerar impactos significativos nas comunidades locais, referiu a diretora de Cultura e Turismo na província de Nampula.
Pelo menos 50 empreendimentos turísticos destruídos pelo ciclone Jude, este ano, na província moçambicana de Nampula, norte do país, já foram reabertos, anunciaram esta segunda-feira as autoridades locais.
"O setor de turismo neste momento apresenta números animadores em termos de afluência de turistas. Aquando da passagem do ciclone Jude muitos estabelecimentos ficaram encerrados. Desses, 50 já reabriram e apenas dois ou três continuam encerrados", disse à Lusa a diretora de Cultura e Turismo na província de Nampula, Jamila Bicá.
A responsável explicou que a retoma destes estabelecimentos tem vindo a gerar impactos significativos nas comunidades locais, com os trabalhadores a retomar aos seus postos de trabalho depois de meses de paragem devido aos efeitos do ciclone Jude.
"A retoma dos empreendimentos turísticos devolve confiança ao setor e projeta um futuro mais promissor para Nampula como destino turístico", disse Jamila Bicá.
A responsável acrescentou que a semana Mundial do Turismo, que arranca esta segunda-feira localmente, servirá para consolidar esse movimento de recuperação e reflexão sobre as prioridades da nova governação no campo da cultura e do turismo.
"Prevê-se ainda na semana do turismo a reabertura de um dos mais históricos empreendimentos no distrito de Nacala-Porto, que esteve encerrado durante vários meses", avançou a responsável.
Dos 50 empreendimentos turísticos parcialmente destruídos na altura, 20 foram a nível do distrito da Ilha de Moçambique, seguido de Nacala-Porto, Mossuril e Nacala-a-Velha, respetivamente.
Em 12 de setembro, as autoridades moçambicanas alertaram para cheias de "grande magnitude" no país e inundações em pelo menos quatro milhões de hectares agrícolas durante a próxima época chuvosa, que se inicia em outubro em Moçambique.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre anualmente entre outubro e abril.
Só entre dezembro e março últimos, na última época ciclónica, Moçambique foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o primeiro e mais grave, no final de 2024.
O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique em março através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortos, dos quais 41 em Nampula, afetando ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.
O número de ciclones que atingem o país "vem aumentando na última década", bem como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.
Os eventos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt